Dor
'Eu quero justiça', diz pai de jovem morto com ácido na veia em clínica de SG
Familiares compareceram ao IML de Tribobó nesta terça (9)

O clima foi de comoção e pedidos de Justiça na manhã desta terça-feira (9), em frente ao Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, onde familiares liberaram o corpo de Bruno Rodrigues Ventura dos Santos, de 29 anos. O entregador morreu na tarde de segunda-feira (8), após passar 18 dias internado em coma, na UTI do Pronto Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, no bairro Zé Garoto, em São Gonçalo.
A causa da internação foi uma grave complicação durante uma sessão de hemodiálise realizada na clínica particular Nice Diálise, no bairro São Miguel. Segundo a família, o jovem teria sido contaminado com ácido peracético, substância química usada para higienização de equipamentos médicos, mas que acabou entrando na corrente sanguínea do paciente pela máquina de diálise.
Abalado, Márcio Luiz relatou que o filho vinha fazendo tratamento no local há mais de um ano e sempre era atendido pela mesma enfermeira. No entanto, no dia do erro médico, outra profissional assumiu o procedimento.
“Ele se tratava lá há um ano e um mês, sempre foi um tratamento normal. Sempre era a mesma enfermeira que cuidava dele, muito dedicada. Só que nesse dia ela não foi, ou chegou atrasada, não lembro bem, mas quem atendeu foi outra enfermeira, que cuidava de outros pacientes. Foi aí que tudo aconteceu”, afirmou Márcio.
O pai também detalhou os efeitos devastadores da contaminação.
Como a parte mais sensível do nosso corpo é o cérebro, o produto químico passou pelo cérebro e fez um estrago gigantesco. Meu filho ficou entubado, não pôde fazer traqueostomia por causa da infecção. Ele resistiu, mas não conseguiu vencer”

O caso, que inicialmente era investigado como lesão corporal, passou a ser tratado como homicídio após a morte de Bruno. Márcio diz já ter acionado todos os órgãos competentes e espera que a Justiça seja feita.
“Tudo que eu tinha que fazer eu fiz, denúncias, delegacia, órgãos reguladores. Eu tenho certeza que, com a ajuda da imprensa, isso não vai ser esquecido. Eu quero justiça, não por raiva, mas para que não aconteça mais com outras famílias”, desabafou.
Ao lado do pai, a mãe de Bruno não conseguiu falar com a imprensa, visivelmente abalada.


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