Feminicídio
Acusado de matar jovem na Maré confessou o crime a uma amiga
Maria Eduarda foi morta com um tiro no peito nesta terça
Acusado de matar a jovem Maria Eduarda Nascimento, de 19 anos, com um tiro no peito na madrugada de terça-feira (30), no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, João Matheus Teixeira Porto, ex-namorado da vítima, chegou a confessar a uma amiga de Maria Eduarda o que havia feito.
Segundo testemunhas, os dois viviam em um relacionamento conturbado e não estavam mais juntos. O sentimento de possessividade pode ter determinado a atitude do rapaz, considerado tranquilo na região.
Maria Eduarda ainda foi levada pelo rapaz para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu. Segundo a família, a jovem o conhecia desde a época da escola. Maria, segundo relatos de amigas, ainda era apaixonada pelo pai do filho dela, de apenas quatro anos.
O casal, no entanto, viva um relacionamento de idas e vindas e estavam separados. João Matheus, segundo testemunhas, teria entrado recentemente para o tráfico da região e, por isso, conseguiu a arma do crime. No dia da morte da jovem, ele chamou Eduarda para sair e a assassinou com um tiro no peito. Depois, ele foi até a casa de uma amiga e contou o que havia feito.
Acusado do crime, ex-namorado teria entrado para o tráfico da região, segundo testemunhas
A amiga que ele avisou sobre o crime era a mesma com quem Maria tinha deixado seu filho de quatro anos para se encontrar com o acusado. O filho dela ainda perguntou: “A mamãe vai voltar amanhã de manhã, né?”
No Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio, a mãe de Duda se desesperou ao reconhecer o corpo da filha. Ela não falou com a imprensa, mas ficou muito emocionada.
“É uma dor que eu não sei explicar. O que vou falar pro meu neto? Traz minha menina de volta, tá doendo muito! É muita crueldade! Ela morreu por causa da bondade dela, ela ficou com pena dele, ele implorava a ela. Ela pedia para eu abrir o portão pra ela. Era amorosa. Volta minha filha, volta pra mamãe”, gritava a mulher aos prantos.
O suspeito foi detido no hospital pelos agentes do 22°BPM (Maré) e levado para a 21ª DP (Bonsucesso), onde o caso foi registrado inicialmente. João Matheus foi preso preventivamente e afirmou, em depoimento, que Duda teria atirado nela mesma acidentalmente, o que a família afirma que ela jamais faria. Ele acabou confessando o crime aos agentes.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A família de Maria Eduarda optou por doar os órgãos dela.
Nas redes sociais, o ex-companheiro e pai do filho de Maria Eduarda lamentou a perda. "Volta pra gente, por favor, nosso filho precisa de você, eu te amo tanto Duda. Tiraram você de mim da pior forma possível. Você me deu o melhor presente do mundo, eu estou chorando demais", escreveu ele.
Maria Eduarda trabalhava como cuidadora de idosos e completaria 20 anos no próximo dia 12. O sepultamento dela deve ocorrer no Cemitério do Irajá nesta quarta-feira (31). O horário ainda não foi confirmado.
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