A delegada Adriana Belém alega estar sendo ameaçada no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte do Rio, por detentas de facções criminosas que combateu. Segundo a delegada, ela teria ouvido de outras presas 'Você é alemã', de uma das galerias do presídio. Ela se encontra em cela individual.
Por conta das intimidações, ela reforçou o pedido de revogação de prisão preventiva ou conversão em prisão domiciliar. A informação consta em petição elaborada por advogados de defesa ao juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça, segundo informações do jornal O Globo.
O relatório aponta que Belém teme pela integridade física e psicológica.
“Veja que a gravidade dos fatos já ultrapassaram a mera conjectura, tendo em vista que a requerente tem sofrido com falas em tons ameaçadores das demais presas, incluindo expressões como ‘Você é alemã’, em clara referência a ‘rival’, fato registrado em livro próprio daquela unidade”, escrevem Sandra Almeida, Luciana Pires, Alan Deodoro e Beatriz Streva.
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O magistrado, portanto, ainda não apreciou o conteúdo do documento protocolado no último dia 11. Segundo a publicação, os advogados mencionam um ofício em que a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informa que Adriana Belém está “em cela individual, que dispõe, estruturalmente, de cama, colchão, vaso sanitário e chuveiro”.
Mas conforme o relato dos defensores, "não esclarece quantas presas compõem o efetivo da galeria” além de “quais medidas de segurança foram adotadas para garantir a integridade da delegada na unidade prisional, composta por presas das mais variadas facções criminosas e imputações penais”.
A defesa cita também o artigo 295 do Código de Processo Penal, que prevê que delegados de polícia devem ser recolhidos em local distinto da prisão.
Operação
Adriana Belém foi presa no último dia 10 após se tornar alvo da Operação Calígula, do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na residência dela, os agentes apreenderam quase R$2 milhões em dinheiro.
A operação contra organização criminosa de Rogério Andrade e Ronnie Lessa, em que ela era investigada, prendeu onze pessoas, incluindo o delegado Marcos Cipriano.
Na denúncia do MP, o delegado foi responsável por intermediar um encontro entre Ronnie Lessa e Belém, na época titular da delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP).
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