Operação Calígula

Delegada disse a promotores que milhões eram de publi no Instagram

Promotores detalharam o caso na sede do órgão

Promotores deram detalhes da operação Calígula, que terminou com dois delegados da Polícia Civil presos no Rio
Promotores deram detalhes da operação Calígula, que terminou com dois delegados da Polícia Civil presos no Rio |  Foto: Marcelo Eugênio
 

Rio - A delegada de Polícia Civil, Adriana Belém, presa no início da tarde desta terça-feira (10) na operação Calígula, mentiu sobre a origem dos quase R$ 2 milhões encontrados em seu apartamento de luxo na Barra da Tijuca, segundo promotores do Ministério Público. 

Segundo as investigações, Belém é acusada de permitir que 80 máquinas caça-níqueis fossem levadas da Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP) para que voltassem a funcionar em favor do crime.  

A promotora de Justiça, Roberta LaPlace, contou que a Adriana Belém entrou em contradição sobre o valor encontrado em sua casa.

"No cofre dela tinham R$ 60 mil. Ela nos informou que era o único dinheiro que ela tinha. Depois de mais revistas, encontramos uma mala suspeita no armário do filho dela, onde estava a maior parte do dinheiro", explicou. 

O montante foi de R$ 1.765.300,00 e os valores foram contabilizados pelos próprios promotores e agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

Promotora Roberta LaPlace disse que delegada mentiu sobre a origem do dinnheiro
Promotora Roberta LaPlace disse que delegada mentiu sobre a origem do dinnheiro |  Foto: Marcelo Eugênio
     
Ela explicou que se tratava de uma economia de muitos anos e que ganhava muito dinheiro com o seu trabalho, além de parcerias que faz no Instagram Roberta LaPlace, Promotora do MP
  

A prisão de Adriana Belém foi um dos maiores expoentes dessa operação do MP. O juiz Bruno Monteiro Ruliere falou sobre a decisão.

"O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, aliado a gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e com a prática de atividade corruptiva", afirmou.  

Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
 

Operação Calígula

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou, nesta terça-feira (10), a Operação Calígula, com objetivo de desmantelar uma organização criminosa liderada pelo contraventor Rogério de Andrade e seu filho Gustavo Andrade. 

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As investigações apontam que o grupo é responsável por controlar uma rede de jogos ilegais. Entre os investigados está o PM reformado Ronnie Lessa, preso pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. 

A operação visa cumprir 24 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão. Até o momento desta publicação, quatorze pessoas foram presas, entre elas os delegados Marcos Cipriano e Andriana Belém.

Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

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