Operação Calígula
Delegada disse a promotores que milhões eram de publi no Instagram
Promotores detalharam o caso na sede do órgão
Rio - A delegada de Polícia Civil, Adriana Belém, presa no início da tarde desta terça-feira (10) na operação Calígula, mentiu sobre a origem dos quase R$ 2 milhões encontrados em seu apartamento de luxo na Barra da Tijuca, segundo promotores do Ministério Público.
Segundo as investigações, Belém é acusada de permitir que 80 máquinas caça-níqueis fossem levadas da Delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP) para que voltassem a funcionar em favor do crime.
A promotora de Justiça, Roberta LaPlace, contou que a Adriana Belém entrou em contradição sobre o valor encontrado em sua casa.
"No cofre dela tinham R$ 60 mil. Ela nos informou que era o único dinheiro que ela tinha. Depois de mais revistas, encontramos uma mala suspeita no armário do filho dela, onde estava a maior parte do dinheiro", explicou.
O montante foi de R$ 1.765.300,00 e os valores foram contabilizados pelos próprios promotores e agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
Ela explicou que se tratava de uma economia de muitos anos e que ganhava muito dinheiro com o seu trabalho, além de parcerias que faz no Instagram
A prisão de Adriana Belém foi um dos maiores expoentes dessa operação do MP. O juiz Bruno Monteiro Ruliere falou sobre a decisão.
"O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, aliado a gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e com a prática de atividade corruptiva", afirmou.
Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Operação Calígula
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou, nesta terça-feira (10), a Operação Calígula, com objetivo de desmantelar uma organização criminosa liderada pelo contraventor Rogério de Andrade e seu filho Gustavo Andrade.
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As investigações apontam que o grupo é responsável por controlar uma rede de jogos ilegais. Entre os investigados está o PM reformado Ronnie Lessa, preso pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
A operação visa cumprir 24 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão. Até o momento desta publicação, quatorze pessoas foram presas, entre elas os delegados Marcos Cipriano e Andriana Belém.
Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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