O tiro efetuado pelo sargento do Corpo de Bombeiros Paulo César de Souza Albuquerque, contra o atendente do McDonald's Mateus Domingues, de 21 anos, não foi acidental, de acordo com o amigo do bombeiro que o acompanhando. A declaração foi dada na noite desta quarta-feira (11) aos investigadores da delegacia da Taquara (32ª DP).
O crime aconteceu em uma rede da lanchonete na Taquara, Zona Oeste do Rio, na madrugada da última segunda-feira (9). Carlos Felipe da Silva estava no banco do passageiro. Ele é o homem de laranja que aparece no vídeo divulgado pelas câmeras de segurança.
Em depoimento, o amigo confirmou que o bombeiro agrediu o atendente que, assustado, tentou se defender. De acordo com o relato de Carlos, logo em seguida o bombeiro efetuou os disparos. A namorada de Carlos, que estava no carro, também foi ouvida em sede policial.
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Mateus Domingues de Carvalho, 21 anos, segue internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. A direção da unidade informou que ele perdeu o rim esquerdo. Apesar de hospitalizado, ele não corre risco de morte. O rapaz deve passar por mais um procedimento cirúrgico.
Entenda o caso
A Polícia Militar informou que uma equipe do batalhão de Jacarepaguá (18º BPM) foi acionada para checar uma ocorrência envolvendo disparos de arma de fogo em um estabelecimento do ramo de fast food na Estrada dos Bandeirantes, na Taquara, na madrugada da última segunda-feira (9).
E que, chegando ao local, os policiais encontraram um atendente ferido e o socorreram ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
Em depoimento, colegas de trabalho de Mateus contaram à polícia que, por volta das 2h, atenderam um cliente pelo sistema drive-thru.
Depois do pedido e a conta fechada, o homem decidiu apresentar um cupom de desconto, mas ouviu de Mateus que a informação era pra ser dada no início do pedido e que a alteração da nota seria incorreta. Após isso, ele agrediu o rapaz, entrou na lanchonete e efetuou os disparos.
Pedido de prisão negado
O autor do disparo, identificado como Paulo César de Souza Albuquerque, se trata de um militar do Corpo de Bombeiros. Ele se apresentou à delegacia onde alegou em sua defesa, através de advogado, ter sido um disparo acidental.
A Justiça negou o pedido de prisão temporária pedido pela Polícia Civil. De acordo com a juíza Isabel Teresa Pinto Coelho Diniz, a prisão temporária "é medida excepcionalíssima e deve ser usada somente quando houver elementos concretos de autoria".
Ainda segundo ela, o reconhecimento fotográfico fragiliza os elementos temporários para a decretação de sua prisão temporária. O acusado foi liberado após prestar depoimento.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que o militar responderá civilmente pelos atos na justiça comum. Mas o comandante-geral da corporação, coronel Leandro Monteiro, determinou a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar. A corporação tambédiu pediu a prisão do militar.
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