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    Prisão domiciliar

    Câncer da esposa e mais: os motivos da Justiça para soltar Celsinho da Vila Vintém

    Criminoso foi solto nesta segunda-feira (15)

    Publicado 16/09/2025 às 7:21 | Autor: Enfoco
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    Celsinho da Vila Vintém posou sorrindo para foto ao lado do advogado
    Celsinho da Vila Vintém posou sorrindo para foto ao lado do advogado |  Foto: Reprodução

    O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu conceder prisão domiciliar a Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, de 64 anos, um dos fundadores da facção Amigos dos Amigos (ADA). O pedido da defesa foi aceito em caráter humanitário após o ministro Sebastião Reis Júnior reconhecer a gravidade do quadro de saúde da esposa do traficante, Deise Mara de Souza Rodrigues, diagnosticada com câncer metastático, além das próprias comorbidades de Celsinho, como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia e diverticulite aguda.

    A decisão monocrática, tomada em 9 de setembro, destacou que a prisão preventiva deve ser a medida mais extrema e que, em casos excepcionais, pode ser substituída por alternativas menos severas. No caso de Celsinho, a liberdade foi condicionada ao uso de tornozeleira eletrônica e ao cumprimento do regime domiciliar, permitindo que ele acompanhe a mulher em consultas e tratamentos hospitalares.

    A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou o cumprimento do alvará de soltura nesta segunda-feira (15), expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio.

    A defesa de Celsinho comemorou a decisão da Justiça por ter, segundo ele, reconhecido “a condição delicada de saúde dele e o grave quadro de saúde de sua esposa, e ainda todo o seu histórico recente de acatamento às instituições e compromisso com a justiça", disse o advogado Max Marques.

    Prisão em maio e novas alianças criminais

    Celsinho havia sido preso em maio deste ano na Vila Vintém, em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio, acusado de articular uma inédita aliança entre tráfico e milícia. Segundo a Polícia Civil, ele teria negociado com André Costa Bastos, o Boto, miliciano preso em presídio federal, e com Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe do Comando Vermelho (CV). O pacto previa a divisão territorial de comunidades da Zona Oeste, incluindo a Vila Sapê, em Curicica, e até ações conjuntas contra rivais, como a execução de milicianos dissidentes.

    As investigações começaram após a prisão em flagrante de oito traficantes armados na Vila Sapê. Interceptações telefônicas, movimentações prisionais e depoimentos de criminosos apontaram Celsinho como articulador do esquema. A Polícia Civil concluiu que ele, Doca e Boto comandavam uma associação criminosa para exploração do tráfico com uso de armas pesadas, intimidação de moradores e homicídios estratégicos.

    Histórico de fugas e condenações

    Condenado por tráfico de drogas, roubo e organização criminosa, Celsinho foi preso pela primeira vez em 1990 e tem um histórico de fugas espetaculares, como a de 1998, quando saiu de um hospital penitenciário vestido de policial militar. Recapturado em 2002, chegou a admitir publicamente ser traficante e declarou faturar cerca de R$ 50 mil por semana na época.

    Ao longo das últimas décadas, passou boa parte do tempo em presídios federais, incluindo Porto Velho (RO), até retornar ao Rio em 2017. Já foi apontado como articulador da invasão à Rocinha no mesmo ano, mas acabou absolvido dessa acusação. Em outubro de 2022, recebeu alvará de soltura do Tribunal de Justiça, mas voltou a ser preso em maio deste ano por causa das investigações sobre a aliança entre ADA, CV e milícia.

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