Depoimento

Caso Flordelis: delegada é a primeira testemunha a falar

Bárbara Lomba foi responsável pelas investigações iniciais

Delegada é a primeira testemunha a falar
Delegada é a primeira testemunha a falar |  Foto: Arquivo / Vitor Soares
 

A delegada Bárbara Lomba, responsável pelas investigações iniciais do assassinato do pastor Anderson do Carmo, remonta o processo da apuração do crime, durante o julgamento iniciado no final da manhã desta terça-feira (12) no Tribunal de Justiça em Niterói. Ela é a primeira testemunha a falar.

Em depoimento, Lomba - que à época era titular da Delegacia de Homicídios de Niterói - afirmou que foi Lucas, filho adotivo de Flordelis, o informante do mandado de prisão em aberto contra Flávio, pelo crime de violência doméstica. 

Flávio foi preso ainda durante o enterro de Anderson, no dia seguinte do crime. As investigações apontaram que ele efetuou os disparos que tiraram a vida de Anderson.

“Assim que soubemos, logo pedimos a prisão. Foram dois policiais da minha equipe. Também logo descobrimos que o Lucas tinha envolvimento com o tráfico, que havia um desentendimento entre ele e a vítima. E que ele só frequentava a casa por conta dessa conexão com a Flordelis”, contou.

Bárbara também explicou que o filho adotivo do casal, chamado Daniel, foi o primeiro a ter acesso ao celular de Anderson, ainda no closet, localizado próximo à garagem da casa.

“Em depoimento ele disse pra gente que os assessores de Flordelis pediram o telefone do Anderson e teve uma hora que ele entregou”, conta.

Leia mais: advogados entram em embate antes de início de julgamento

Leia mais: inicia audiência dos filhos e mais dois envolvidos na morte de pastor

O celular de Anderson nunca foi localizado. Bárbara relembrou a cronologia dos fatos, e abordou tensões entre os moradores da casa, durante as primeiras visitas dos policiais. 

Bárbara Lomba pontuou que havia inconsistências nos primeiros depoimentos, quando confrontados com imagens de câmeras de segurança da região. 

Ela também fala sobre o depoimento do filho Misael, sobre a possível participação da mãe Flordelis, que desencadeou uma reviravolta nas investigações. 

“O Misael falou com um motorista sobre o celular. Ele consegue ter acesso, fotografa uma mensagem que foi escrita no iPad e sincronizada no celular da vítima sobre um plano”, diz Bárbara. 

A delegada foi questionada pelo Tribunal, sobre o início do Ministério Flordelis. Ela contou sobre a criação de um primeiro núcleo familiar, ressaltando possível namoro adolescente entre Anderson e Simone, filha de Flordelis.

Anderson do Carmo presidia a comunidade evangélica, fundada em 1999 pela missionária Calmozina Motta, mãe da ex-deputada, no Jacarezinho.

A sede da igreja atualmente é em São Gonçalo, e contava com cinco filiais no leste metropolitano. O pastor deixou 55 filhos, a maioria adotivos. 

“Ele tinha poder, mas também dependia da influência de Flordelis”, contou a delegada sobre Anderson.

A manifestação do Ministério Público relata a complexidade do caso, onde 11 réus são acusados de crimes de tentativa de homicídio, associação criminosa e uso de documento falso. 

Segundo a denúncia, Flordelis foi responsável por arquitetar o assassinato, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. 

A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia.

< Jovem torcedor recusa convite de Cristiano Ronaldo após ter celular quebrado Rita Lee está curada do câncer após batalha de quase um ano <