Caso Henry: presa pelo crime, mãe é aprovada no Enem

Presa preventivamente pela morte de seu filho, Henry Borel, a professora Monique Medeiros foi aprovada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar Filosofia. O ex-namorado, ex-médico e ex-vereador Jairo Souza Santos, conhecido como Jairinho, aguarda o júri popular pelo crime. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), Monique só poderá cursar a universidade mediante uma decisão judicial, já que está detida provisoriamente.

Monique está detida em uma cela no Instituto Talavera Bruce, localizado no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Em maio de 2023, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram um recurso da defesa da professora que solicitava a troca de sua prisão preventiva por prisão domiciliar.

Na decisão, o ministro Gilmar Mendes destacou que a jurisprudência da Corte permite a decretação da prisão preventiva em casos de crimes extremamente graves, cometidos com violência, o que evidencia a periculosidade concreta dos envolvidos.

Relembre o caso 

Henry Borel, de 4 anos, foi levado a um hospital na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, com marcas roxas em diversas partes do corpo. O laudo pericial revelou que a causa da morte foi laceração hepática. O episódio ocorreu na madrugada de 8 de março de 2021.

O Ministério Público sustenta que Monique não apenas se omitiu, permitindo a violência contra o filho, como também se beneficiava financeiramente do relacionamento. Laudos periciais e documentos médicos reforçam a materialidade do crime, que vai a júri popular.

Em maio do mesmo ano, a 16ª DP (Barra da Tijuca) concluiu que o então vereador Dr. Jairinho agredia a criança. Os exames do IML constataram 23 lesões no corpo de Henry. O ex-vereador e a mãe da criança foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. Ambos estão atualmente presos, aguardando julgamento.