Golpe do seguro
Companheira de motorista de app morto no Rio é presa
Ela é acusada de participar do crime junto com outra pessoa
A Polícia Civil prendeu nesta quarta (19) Andreia Ramos Cortes, viúva do motorista de aplicativo Alberto de Oliveira Gomes, de 68 anos, e o pai de santo identificado como Marcos Filipe Oliveira Santana. A dupla foi presa temporariamente acusada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
De acordo com as investigações, Andreia e o pai de santo realizaram os crimes contra a vítima para que a viúva recebesse dois seguros de vida que totalizam R$ 600 mil.
“Nunca imaginava que a gente ia receber essa notícia. Como uma pessoa faz isso com a outra? Apesar de não ser uma surpresa, foi um choro de raiva e de alívio. A justiça foi muito rápida. Agora ela vai pagar pelo crime que cometeu”, disse o operador de empilhadeira Alberto Júnior, de 33 anos, filho da vítima.
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O motorista de aplicativo desapareceu na Baixada Fluminense no final de setembro. O corpo dele foi encontrado sem os documentos e com uma das mãos amputadas na Estrada das Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, no dia 30 de outubro.
Andreia chegou a prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para tentar esclarecer o ocorrido. Para os policiais, ela disse que na tarde do dia 26 de setembro, ela e o companheiro foram até um shopping em Nova Iguaçu onde compraram o enxoval de um filho que pretendiam adotar. Depois disso, Alberto foi trabalhar e não deu mais notícias.
Segundo Alberto Júnior, a madrasta, que passou a morar na casa do pai em abril deste ano, sempre foi uma pessoa fria e nunca amou verdadeiramente o motorista de aplicativo, com quem ela já vivia há cerca de 4 anos.
“Meu pai amava muito ela, mas ela nunca amou ele. Eu saí da casa do meu pai em janeiro deste ano, já em abril ela foi morar lá, mas antes dela viver na casa dele, teve uma vez que meu pai ficou doente e ela sumiu, ficou 15 dias sem ver ele”, contou.
O desaparecimento de Alberto foi registrado inicialmente no dia seguinte na 53ª DP (Mesquita). Andreia relatou ainda para os agentes que após o registro feito na distrital, ela começou a divulgar o desaparecimento nas redes sociais, e que recebeu, através de um grupo no WhatsApp, uma fotografia, na qual policiais militares aparecem recuperando o carro do marido no Parque Nacional da Tijuca.
Com isso, na companhia de dois homens, foi até o local quatro dias depois da publicação e encontrou o corpo do marido. A viúva ainda garantiu que ele era uma pessoa boa, trabalhadora e não possuía inimigos, não sabendo informar quem podia tê-lo matado.
O filho da vítima relatou que já suspeitava da madrasta, mas que não tinha nenhuma prova para que ela fosse incriminada. Segundo ele, as atitudes da mulher foram primordiais para levantar a suspeita dos familiares.
“No dia que meu pai desapareceu ela chegou em casa na madrugada do dia seguinte e só avisou para a agente sobre o sumiço horas depois. Ela entrou em contradição algumas das vezes. Quando falou que contratou dois homens para realizar buscas e acabou encontrando o corpo do meu pai, aí que ficou mais evidente para a família que ela estava envolvida. Não sabemos quem são esses homens que ela diz ter contratado e nem se eles tem envolvimento no crime”, relatou.
O Crime
Duas testemunhas, que trabalham na região onde aconteceu o crime, foram ouvidas pelos investigadores. Durante depoimento, uma delas informou que no dia 26 de setembro, viu um veículo parado no local. Um senhor estava sentado no meio-fio e uma mulher loira em pé. A testemunha se aproximou e ofereceu ajuda, colocando o homem no interior do automóvel. A testemunha foi informada pela mulher loira que o homem estava bêbado.
O outro funcionário da região informou para os investigadores que horas mais tarde avistou o mesmo carro abandonado na Estrada das Paineiras. Ele também informou que no dia 4 de outubro, outro veículo estava parado no mesmo lugar, onde desembarcaram três homens e uma mulher loira. Enquanto dois deles desceram a mata com cordas, ela gritava: Encontraram?.
Pai de Santo Preso
O pai de santo também foi ouvido pelos investigadores. Durante depoimento, ele disse que no dia do desaparecimento estava no seu barracão espírita com Andreia. Lá, ele disse que realizou sua rotina espiritual no centro religioso.
Apesar da versão do religioso, os investigadores constataram que ele mentiu no depoimento, já que no mesmo horário em que ele disse que sua filha de santo (Andreia) estava no barracão foi a mesma em que ela foi vista no local do crime. As informações prestadas por ele evidenciam seu envolvimento direto nos crimes que estão sendo investigados. O filho da vítima alegou que nunca ouviu falar de Marcos Filipe.
O motorista era aposentado e trabalhava há mais de dois anos como motorista para completar a renda em casa.
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