Operação
Ex-conselheiro preso no Rio tinha negócios com 'Faraó dos Bitcoins'
Polícia apreendeu crachás, pen drives e HDs na casa de Ricardo
O esquema envolvendo Ricardo Wagner de Almeida, ex-presidente do Conselho Fiscal do Botafogo, é considerado como a pirâmide da pirâmide. Segundo o delegado Alan Luxardo, titular da Delegacia de Defraudações, a empresa de Ricardo tinha contratos com a empresa do Glaidson Acácio, o Faraó dos Bitcoins.
"Ele ressarcia 4% inicialmente aos investidores dele e como o Glaidson tava pagando mais ou menos 10% de lucro mensal, ele ficava com 6% e repassava 4%. Ou seja, era a pirâmide da pirâmide", explicou Luxardo.
Ricardo foi preso em uma chácara no bairro Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Os agentes apreenderam contratos de prestações de serviços, crachás de funcionários, agendas, celular, pen driver e HDs. Todo material será periciado.
Ricardo é acusado de participar de um esquema criminoso voltado ao oferecimento de supostos investimentos com promessa de alta rentabilidade em aplicações de capital em criptomoedas e na bolsa de valores.
"Essa organização criminosa captava quantias monetárias com a promessa de investimento em criptomoedas, o retorno dos livros seria em 24 meses. Nos primeiros meses realmente havia esse retorno, só que depois a médio prazo não acontecia mais esse ressarcimento e acabava efetivado o esquema ponzi, que os primeiros investidores recebiam e os últimos acabavam não recebendo por conta desse ciclo que não fecha", disse o delegado.
De acordo com as investigações, os integrantes da organização criminosa utilizavam empresas de agenciamento prometendo altos lucros às vítimas, compostas preferencialmente por servidores públicos civis e militares.
Em contrapartida, exigia-se dos supostos investidores financeiros a celebração de contrato de prestação de serviços com previsão de alta taxa de retorno sobre o total do valor aplicado.
De acordo com as investigações, Ricardo era o responsável por uma das empresas de investimento, e apesar de ser ex-presidente do conselho fiscal do Botafogo, o delegado deixa claro que não há suspeita de transações dele com a parte financeira do time.
"Não há nada nesse sentido. A gente apurou os fatos e vítimas que foram encontradas e ouvidas. Não há nada que fuja desse panorama. Ele irá responder por organização criminosa e estelionato", contou. Segundo Luxardo, os investigadores vão apurar se houve lavagem de dinheiro.
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