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    Justiça

    Famílias alegam inocência de jovens presos em Niterói

    Grupo cobra a libertação imediata dos rapazes

    Publicado 04/12/2025 às 12:55 | Atualizado em 04/12/2025 às 13:57 | Autor: Tiago Souza
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    Ato aconteceu em frente à 76ª DP (Niterói), onde jovens estão presos
    Ato aconteceu em frente à 76ª DP (Niterói), onde jovens estão presos |  Foto: Péricles Cutrim

    Familiares do ajudante de pedreiro Thulis Oliveira da Silva, de 21 anos, e do mecânico Isaac Pereira, também de 21 anos, fizeram um protesto com fotos e cartazes na manhã desta quinta-feira (4) na porta da Delegacia do Centro de Niterói (76ª DP) cobrando Justiça e a soltura dos jovens que foram presos nesta quarta-feira (3), no Badu, em Niterói.

    Os parentes afirmam que eles não têm envolvimento no roubo da motocicleta Teneré, Azul. Thullis teria saído de casa para comprar pão e, posteriormente, sido chamado por um amigo para trabalhar. A mãe dele declarou que o filho vinha de motocicleta quando teria visto a polícia e sido abordado ao descer do veículo.

    “Ele tinha acabado de chegar do trabalho. Ele trabalha fazendo obras. Ele chegou de carona na moto de um amigo e foi abordado pela PM que já estava na rua. Ele ficou tranquilo. O primo dele, Isaac, que é mecânico, estava do outro lado da rua mexendo na moto, que era de um cliente. Ficamos sabendo que um homem estava procurando um mecânico para mexer na moto e o pessoal indicou o Isaac que estava em casa e foi atender o cliente. Se a moto era roubada ou não, não tinha como ele saber, ele só quis trabalhar para garantir o sustento da família ", contou Aline Bernardo Oliveira.

    Aline Bernardo Oliveira, mãe de Thulis
    Aline Bernardo Oliveira, mãe de Thulis |  Foto: Péricles Cutrim

    A mãe de Isaac, dona Roseli Pardini, contou que o filho mantém sua pequena oficina na casa da irmã. Ela disse que havia saído para ir ao dentista enquanto o filho dormia, e recebeu a ligação informando que ele estava sendo preso.

    “Somos pobres, mas somos honestos. Meu filho é trabalhador. Ele só estava trabalhando na casa da minha irmã, onde tem uma oficina. Eu quero que soltem o meu filho. Ele não é bandido”, afirmou.

    Roseli Pardini é mãe de Isaac Pereira
    Roseli Pardini é mãe de Isaac Pereira |  Foto: Péricles Cutrim

    A Polícia Militar, no entanto, afirmou que os dois foram reconhecidos pela vítima como autores do roubo da moto e que o veículo estava parcialmente desmontado.

    Os familiares contestam a versão dos militares envolvidos na ocorrência. Os parentes conseguiram imagens de câmeras de monitoramento de um condomínio da região, que de acordo com relatos mostram o momento em que um criminoso passa com a moto e entra na comunidade.

    • Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores
      Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores | Foto: Péricles Cutrim
    • Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores
      Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores | Foto: Péricles Cutrim
    • Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores
      Familiares dos presos dizem que ambos são trabalhadores | Foto: Péricles Cutrim

    Ainda segundo os familiares, nas imagens também dá para ver o momento em que o ajudante de pedreiro saiu para trabalhar e voltou para casa, no garupa da moto do empresário Cleiton da Silva, de 25 anos.

    “Eu tenho uma empresa de aluguel de caçambas, chamei o Thulis para trabalhar, busquei e levei ele para casa. Eu também fui abordado pelos policiais, eles me liberaram e liberaram o Thulis também, mas como ele tentou ajudar o primo dele, que é o Isaac, os policiais prenderam os dois”, contou o empresário.

    De acordo com a 79ª DP (Jurujuba), "dois homens foram conduzidos por policiais militares a delegacia. A dupla foi encontrada com ferramentas desmontando uma moto roubada e, na unidade, a vítima do crime, proprietário do veículo, reconheceu os dois como os autores do assalto. Eles foram autuados em flagrante pelo crime de roubo".

    Marcelo GVB do Dia, líder comunitário da Fazendinha
    Marcelo GVB do Dia, líder comunitário da Fazendinha |  Foto: Péricles Cutrim

    Marcelo GVB do Dia, líder comunitário da Fazendinha, também esteve no protesto pedindo a liberdade dos jovens.

    “Estou aqui para defender os dois garotos que são inocentes, eles não fizeram nada de errado. Jamais eu botaria a minha cara aqui, tá? Ao contrário. Estou falando porque é verdade. Os dois são inocentes, pessoas de família, pessoas de boa conduta, pessoas de caráter. Não é justo esses meninos passarem pelo que estão passando”, disse.

    Os jovens serão transferidos para o sistema prisional ainda na tarde de hoje, onde participarão de uma audiência de custódia.