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    Market Fake

    Golpe: sessões de tortura tinham tijoladas e ameaças de estupro

    Até o momento, 28 pessoas foram presas na operação

    Publicado 28/06/2023 às 10:45 | Atualizado em 28/06/2023 às 10:58 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Um dos presos na operação sendo conduzido para a Cidade da Polícia
    Um dos presos na operação sendo conduzido para a Cidade da Polícia |  Foto: Lucas Alvarenga

    Os 28 criminosos presos nesta quarta (28) na operação Market Fake, acusados de golpes com anúncios falsos de vendas de carros, torturavam as vítimas com tijoladas, asfixia com sacos na cabeça e tentativa de estupro. 

    Segundo a polícia, eles ainda enganavam por um anúncio no Facebook e marcavam um ponto de encontro no Complexo de Santa Teresa, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

    De lá, levavam as vítimas para o cativeiro, uma casa alugada na comunidade para as sessões de tortura. 

    Os criminosos anunciavam os carros com valores entre R$ 10 e 15 mil, populares ou mais antigos, com preços dentro do mercado. O prejuízo em um ano foi de R$ 600 mil. 

    Delegado da 58ª DP (Posse), Mário Sérgio Salomão
    Delegado da 58ª DP (Posse), Mário Sérgio Salomão |  Foto: Lucas Alvarenga
    Aspas da citação
    Quando as vítimas iam ver os carros, eram levadas ao interior da comunidade, colocadas em cativeiro e eram torturadas. Todo dinheiro que fosse possível retirar dessa vítimas era retirado por meio de transferências de pix ou empréstimos pré-aprovados que estivessem disponíveis no aplicativo. Quando esgotava o fôlego financeiro dessas vítimas, os criminosos faziam ligações de vídeo para os parentes dessas vítimas e pediam mais dinheiro no resgate para soltarem elas
    Mário Sérgio Salomão delegado da 58ª DP (Posse)
    Aspas da citação
      

    As vítimas não tinham um perfil definido. Várias eram atraídas pelo mesmo anúncio ao mesmo tempo. As investigações começaram em meados de 2021 após receberem as primeiras denúncias. A maior parte dos presos é de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. 

    Promotor do Ministério Público, Pedro Simão aconselhou que as pessoas que desejam comprar carros em anúncios verifiquem os valores, se estão de acordo com o mercado, e garantam que o ponto de encontro, o local onde encontrará as pessoas que estão vendendo, seja um local público e movimentado. Cerca de 70 vítimas já foram identificadas. 

    A operação 

    Promotores levam um dos presos para a delegacia, na Cidade da Polícia
    Promotores levam um dos presos para a delegacia, na Cidade da Polícia |  Foto: Lucas Alvarenga

    A Polícia Civil prendeu 28 pessoas na operação Market Fake, que busca combater uma organização criminosa especializada em extorsão mediante sequestro.

    A quadrilha atuava em São Gonçalo, dentre outras cidades da Região Metropolitana Belford Roxo, Duque de Caxias, São João de Meriti e outros municípios da Baixada Fluminense. Ao todo, são 54 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão. A operação acontece nesta quarta-feira (28).

    De acordo com as investigações, os criminosos publicavam falsos anúncios de compra e venda de veículos na internet e, ao marcarem encontro para a negociação, as vítimas eram sequestradas e levadas para as comunidades. Lá, os bandidos as obrigavam a fazer transferências por meio de Pix, muitas vezes pedindo que elas entrassem em contato com a família pedindo esse dinheiro. 

    A investigação identificou algumas vítimas e colheu depoimento, além de informações de inteligência, e a partir daí os alvos foram identificados. As vítimas eram torturadas, agredidas a tijoladas e chegavam a ser sufocadas com sacos plásticos. 

    A operação envolve a 58ª DP (Posse) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, além de conter com o apoio do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB), do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

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