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    Quadrilha

    Grupo de pastor de Niterói cobrava R$ 1.500 por oração e oferecia milagres

    Governador Cláudio Castro se manifestou sobre o caso

    Publicado 24/09/2025 às 9:42 | Atualizado em 24/09/2025 às 13:27 | Autor: Enfoco
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    Policiais cumprem mandado de busca na Casa dos Milagres
    Policiais cumprem mandado de busca na Casa dos Milagres |  Foto: Reprodução
    Profeta Santini nega as acusações e diz ser alvo de perseguição religiosa
    Profeta Santini nega as acusações e diz ser alvo de perseguição religiosa |  Foto: Reprodução

    Promessas de cura, milagres e bênçãos espirituais por até R$ 1.500. Foi assim que um grupo liderado por Luiz Henrique dos Santos Ferreira, o Profeta Santini, em Niterói, enganou milhares de pessoas em todo o país, utilizando uma central de telemarketing religioso para aplicar golpes em nome da fé. A quadrilha, que operava a partir do Centro da cidade, foi alvo da Operação Blasfêmia, deflagrada nesta quarta-feira (24) por agentes da 76ª DP (Niterói) em conjunto com o Ministério Público.

    Segundo a Polícia Civil, o grupo simulava atendimentos religiosos via WhatsApp, com o uso de áudios gravados do suposto líder espiritual. Os atendentes, contratados pela internet e sem qualquer ligação com a igreja, se passavam por pastores durante as conversas e ofereciam diferentes “tipos de oração”, com valores que variavam entre R$ 20 e R$ 1.500. Os pagamentos eram feitos por PIX, sempre condicionados a promessas de milagres, curas e libertações espirituais.

    "É muito triste ver criminosos usando a fé genuína para se aproveitar das pessoas e praticar o mal. Parabenizo a nossa Polícia Civil por mais essa ação, promovida com base em diversas investigações e trabalho de inteligência, que interrompe esse tipo de crime contra a nossa população", afirmou o governador Cláudio Castro.

    Como funcionava?

    Para viabilizar a operação do esquema, a quadrilha montou um call center religioso, onde 42 pessoas chegaram a ser flagradas em atendimentos simultâneos. A polícia apreendeu 52 celulares, 6 notebooks e 149 chips de telefonia móvel. As investigações revelaram que os atendentes trabalhavam sob metas rígidas, eram comissionados pelas arrecadações semanais e, se não batessem os objetivos, eram dispensados.

    Além disso, os criminosos usavam uma rede de contas bancárias em nome de terceiros para dificultar o rastreamento do dinheiro. Mandados de busca foram cumpridos na igreja Casa dos Milagres, em São Gonçalo. Em dois anos, a organização movimentou mais de R$ 3 milhões, segundo apuração da equipe da 76ª DP.

    Tornozeleira eletrônica

    O trabalho da Polícia Civil também levou ao bloqueio de contas bancárias, sequestro de bens e imposição de tornozeleira eletrônica ao pastor Santini, que agora é formalmente denunciado junto com outros 22 integrantes do grupo. 

    O líder do grupo, que se apresentava como "Profeta Santini" nas redes sociais, já soma milhares de seguidores online, onde exibia supostos testemunhos de milagres e promovia livros de cunho religioso. 

    A quadrilha é investigada por estelionato, charlatanismo, curandeirismo, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção de menores, falsa identidade e crimes contra a economia popular.

    As investigações continuam com o objetivo de localizar mais vítimas e identificar outros envolvidos na organização. Santini nega as acusações e diz ser alvo de perseguição religiosa.

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