Quadrilha
Religioso de Niterói é acusado de chefiar quadrilha que engana fiéis por telefone
Justiça determinou uso de tornozeleira eletrônica
Em uma operação que revela a ousadia de uma quadrilha criminosa, policiais civis da 76ª DP (Niterói) detiveram nesta quarta-feira (24) um pastor acusado de liderar um esquema de estelionato e charlatanismo, em pleno exercício de um telemarketing religioso. Contra Henrique Santini, o Profeta Santini, a Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica. Ele nega as acusações.
O golpe, que visava enganar fiéis, foi desmantelado durante a “Operação Blasfêmia”, uma ação conjunta da Polícia Civil com o Ministério Público, que apura uma série de crimes cometidos pelo grupo.
De acordo com as investigações, os criminosos se passavam por um líder religioso, cobrando de fiéis valores entre R$ 20 e R$ 1,5 mil para realizar orações, supostamente com o poder de curar doenças e realizar milagres. Santini tem igreja sediada em São Gonçalo e possui 1 milhão de seguidores em apenas uma rede social.
As “orações” eram realizadas através de atendimentos via WhatsApp, com áudios gravados, e sempre condicionadas à transferência de valores via pix. O grupo operava de forma sofisticada, com dezenas de atendentes contratados em plataformas de anúncios online, que sequer tinham qualquer vínculo com a religião.
A quadrilha possuía uma estrutura organizada de telemarketing, que funcionava como um call center, com 42 atendentes flagrados durante a operação. A análise do material apreendido, que incluiu celulares, notebooks e cartões de telefonia, revelou uma rede criminosa de grande escala, com vítimas espalhadas por todo o Brasil. Além disso, investigações financeiras indicaram que o grupo movimentou mais de R$ 3 milhões em dois anos.
O golpe foi planejado com precisão: para dificultar o rastreamento das transações, os criminosos utilizavam contas bancárias em nome de terceiros e impunham metas rígidas aos atendentes, que eram remunerados por comissão. A operação resultou na prisão do falso pastor, bem como no sequestro de bens e no bloqueio de contas bancárias vinculadas ao grupo.
Essa primeira fase da investigação já levou à denúncia de 23 pessoas, e a medida cautelar contra o pastor, que agora usa tornozeleira eletrônica. As investigações continuam, com o objetivo de identificar novas vítimas e aprofundar a apuração sobre outros envolvidos nesse esquema criminoso.


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