Polícia
Homenagem em Niterói marca os 10 anos da morte da juíza Patrícia Acioli
Com 21 rosas em alusão a quantidade de tiros que vitimizaram a juíza Patrícia Lourival Acioli, em 2011, a ONG Rio de Paz, em conjunto com familiares da vítima, realizaram um ato de homenagem aos 10 anos do falecimento da magistrada, na manhã desta quarta-feira (11), no calçadão da praia de Icaraí, na Zona Sul de Niterói. Além dos tributos, um pedido de expulsão de dois oficiais da Polícia Militar, responsáveis pela morte de Acioli, que ainda seguem na corporação, foi entoado durante a solenidade.
Patricia Acioli tinha 47 anos e era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo quando foi brutalmente assassinada durante uma emboscada enquanto chegava em sua residência localizada no bairro Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Ela foi peça fundamental na condenação de mais de 60 policiais militares, que eram acusados de forjarem autos de resistência — mortes causadas durante intervenções policiais.
Uma das filhas da juíza, a estudante de Medicina Maria Eduarda Acioli Chagas, de 20 anos, lamentou que dois oficiais da Polícia Militar, um mandante do crime, e o outro mandante e um dos atiradores, ainda permanecem na corporação e juntos faturem mais de R$ 50 mil mensais em salários.
“Que saudade da minha mãe. Uma mulher batalhadora e que fez de tudo para que a gente crescesse de uma forma digna. Tenho e sempre terei muito orgulho da mãe que eu tive e lutarei até o fim para que esses oficiais sejam expulsos. Hoje é uma data de homenagens e que ficará marcada na minha história. Agradeço o apoio de todos que fizeram cada gesto de carinho com a gente”, disse a estudante de medicina.
Já a estudante de Direito, Ana Clara Acioli, de 22 anos, afirmou que é um absurdo que esses oficiais ainda estejam recebendo salários do Governo do Estado através de impostos pagos pela população.
“Eles não são referências para ninguém. Eles mataram a minha mãe em uma emboscada e ainda seguem recebendo salários. O bem vai prevalecer e eles serão expulsos logo logo. Isso não pode continuar assim”, disse a filha.
Organizador do ato, o presidente da ONG, Antonio Carlos Costa, ressaltou a importância das homenagens em alusão a morte da juíza Patrícia Acioli.
"Foi um crime gravíssimo, covarde, um atentado ao estado democrático de direito, uma vez que atentaram contra um dos poderes da república. A juíza Patricia Acioli foi morta por cumprir a sua função de combater os autos de resistências forjados por PMs", disse.
A respeito da expulsão dos oficiais, a Polícia Militar afirmou que “a competência nos trâmites administrativos relativos aos dois oficiais já foi cumprida, repassando para instâncias superiores. Os processos na Justiça permanecem aguardando as decisões da Casa Civil e da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, onde tramitam."
Já o Tribunal de Justiça do Rio ainda não respondeu até o momento.
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