Operação
Idosos em situação desumana são resgatados em asilo no Rio
Instituição era clandestina e foi interditada

Uma operação conjunta da Polícia Civil, Vigilância Sanitária e órgãos da Prefeitura do Rio interditou, nesta quarta-feira (10), um asilo clandestino que funcionava em condições extremamente precárias em Inhoaíba, bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. No local, 18 idosos foram resgatados, a maioria com problemas de saúde agravados pela falta de cuidados e higiene.
A ação foi coordenada por agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti), que encontraram os idosos nove homens e nove mulheres em um imóvel que funcionava como instituição de acolhimento, mas sem qualquer documentação ou licença obrigatória para esse tipo de serviço.
O local, que não exibia qualquer identificação na fachada, operava em uma casa de apenas um pavimento, com quatro quartos improvisados e sem estrutura mínima exigida para o cuidado de idosos.
Segundo os agentes, as condições eram alarmantes: não havia profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas ou responsável técnico.
Medicamentos estavam armazenados no mesmo armário onde eram guardados os alimentos, e não existia planejamento nutricional. Almoços e jantares eram preparados sem controle de qualidade e apresentavam aspecto visual desagradável.
Entre os acolhidos, havia pessoas com sequelas de AVC, anêmicos, desnutridos, e alguns com condições graves de saúde. Uma idosa foi encontrada com uma lesão na perna em estado de necrose; outro idoso apresentava ferida no rosto, e pelo menos um deles utilizava sonda urinária de forma improvisada. As vítimas têm idades entre 60 e 80 anos.
Após avaliação médica, os idosos serão encaminhados a instituições de acolhimento regulares ou entregues aos seus familiares, que foram acionados pelas autoridades.
A Polícia Civil informou que os responsáveis pelo local foram identificados e responderão por crimes como exposição da saúde de pessoa idosa a risco e exercício ilegal de atividade.
Também há possibilidade de responsabilização criminal para familiares que internaram os idosos no espaço irregular, por abandono e exposição ao perigo.
As investigações continuam para apurar outras possíveis infrações penais e administrativas, incluindo desrespeito à legislação que rege as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).
O imóvel foi interditado pela Vigilância Sanitária, e a força-tarefa seguirá monitorando denúncias de funcionamento clandestino de instituições similares na cidade.


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