Investigação
Jovem sequestrado em Niterói: pai dorme à base de remédios
Polícia Civil caça bando que cometeu crime

Consumido pela angústia e sem notícias concretas do filho único, o pai do empresário Eduardo Aguiar Ferreira, de 24 anos, afirma que só tem conseguido dormir “à base de remédios” desde que o jovem foi sequestrado por criminosos na tarde desta segunda-feira (24), em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói.
Enquanto a família percorre por conta própria todos os locais onde o celular do rapaz em algum momento emitiu sinal, a Polícia Civil trata o caso como arrebatamento com possível finalidade extorsiva e mantém uma força-tarefa da 81ª DP (Itaipu) para encontrar o jovem e identificar os autores.
Inicialmente registrado na Delegacia Antissequestro (DAS), no Leblon, na Zona Sul do Rio, o caso foi transferido para a delegacia da região.
Sem filhos, o rapaz é solteiro. Pessoas próximas relataram ao ENFOCO que, três semanas antes de sumir, Eduardo havia mencionado um episódio envolvendo uma mulher da Região dos Lagos, mas sem nenhum sinal de ameaça grave:
“A única coisa que ele me contou foi de uma menina solteira que ele conheceu na Região dos Lagos. Teve um problema com o ex-namorado dela, pararam na delegacia de Saquarema, mas nada além disso. Ameaça de morte ele não passou pra mim”, diz um conhecido. A polícia, no entanto, não detalhou se há investigação neste sentido.
Sem qualquer avanço concreto informado oficialmente, a família de Eduardo tenta se manter firme, mas vive um pesadelo. O rapaz mora com o pai em São Gonçalo, que no dia do desaparecimento não chegou a ver o filho, que saiu cedo.
“A polícia está em buscas, mas nada concreto foi passado ainda”, conta. Segundo o pai, o jovem é trabalhador, independente e muito conhecido na região.
“Meu filho é muito empreendedor, muito trabalhador, conquistava as coisas dele. Desde os 18 anos, já era independente de mim. Aquele garoto, não tem quem não gosta dele, em qualquer lugar", relatou.
Em uma rede social, onde é seguido por mais de 6 mil pessoas, Eduardo Aguiar costuma postar registros de viagens.
Pedindo anonimato, o pai de 50 anos conta que o filho havia marcado encontro com um possível comprador da moto no dia em que foi sequestrado:
“Ele marcou ali perto da casa do tio, porque quando vende pela internet é bom marcar um lugar com mais segurança", disse.
O momento do crime
De acordo com a Polícia Civil, Eduardo trafegava de motocicleta quando por volta das 16h40 de segunda-feira (24), foi surpreendido por três homens na Rua Jaerthe Pimentel de Medeiros, esquina com a Rua 32.
Testemunhas relataram que o trio desceu de um Toyota Corolla prata, modelo antigo, rendeu o jovem e o colocou à força dentro do carro, que fugiu em direção à Avenida Central. A motocicleta foi deixada no local.
A Delegacia Antissequestro recebeu a família às 22h do mesmo dia. Naquele momento, e até agora, nenhum sequestrador entrou em contato.
Ainda no dia do crime, a polícia identificou que o iPhone de Eduardo teve sua última localização às 20h30, na região de Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A família também correu atrás dessa pista, mas sem sucesso. “Onde o celular dá localização, a gente vai. Já fomos em todos esses lugares: Magé, Piabetá... e nada", disse o pai.
Câmeras flagraram crime
De acordo com a polícia, moradores e familiares forneceram imagens que registraram o momento do sequestro. Na terça-feira (25), a 81ª DP (Itaipu) foi ao ponto do fato e recolheu novos registros. O Centro Integrado de Segurança Pública de Niterói (CISP) foi acionado e confirmou que o Corolla passou pelas imediações do Hospital Mário Monteiro, em Piratininga, seguindo para Maria Paula.
A Prefeitura de Duque de Caxias foi oficiada para análise de câmeras públicas em Imbariê, mas nenhuma passagem do veículo foi registrada, de acordo com a polícia. As investigações seguem em andamento para a localização da vítima e identificação dos autores.
"A polícia foi lá ontem no local. Me passaram que os agentes conversaram com os moradores para recolher as imagens. Só a polícia pode fazer isso. É o que eu estou sabendo. Até agora, a polícia não deu nenhum detalhe. Eu espero que a polícia consiga localizar o meu filho, saber onde ele está, e encontrar quem fez isso. Se a polícia não encontrar, a gente encontra, a gente vai atrás", finalizou o pai.

Ezequiel Manhães
Redator

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