Investigações

Julgamento de suspeita de envenenar enteados é retomado

Já foram ouvidas 22 testemunhas indicadas pela defesa e acusação

Investigações apontam que a suspeita colocou chumbinho na comida das vítimas
Investigações apontam que a suspeita colocou chumbinho na comida das vítimas |  Foto: reprodução
 

A Justiça do Rio retomou, nesta quarta-feira (19), o julgamento de Cíntia Mariano Dias Cabral. Ela é acusada de envenenar e matar e enteada Fernanda Cabral, de 22 anos, e pela tentativa de homicídio contra Bruno Cabral, de 16 anos. 

As investigações apontam que a suspeita colocou chumbinho na comida das vítimas. A previsão é de que compareçam para depor: a perita Gabriela Soares, o delegado Flávio Ferreira Rodrigues, a mãe dos jovens, Jane Carvalho Cabral, e Bruno Carvalho Cabral, sobrevivente.

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No ano passado, em audiência presidida pelo juiz Alexandre Abrahão, titular do 3º Tribunal do Júri, foram ouvidas 22 testemunhas de 27, indicadas pelo Ministério Público e pelos advogados de Cíntia. 

Até o momento, Cíntia permanece presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ela também deve depor. 

No dia 14 de junho do ano passado, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira atendeu a um pedido do Ministério Público e prorrogou a prisão temporária da madrasta após perceber, no decorrer das investigações da apuração do caso de Bruno, semelhança com a dinâmica da morte de Fernanda. 

“Somente a manutenção da prisão de Cíntia possibilitará a eventual aplicação da Lei Penal e a instantânea garantia da ordem pública, evitando-se a reiteração criminosa, o que indiciariamente já se viu nestes autos em razão do surgimento de elementos do segundo fato agora melhor apurado. Ademais, tal medida se mostra indispensável, reitero, para o êxito da investigação criminal”, afirmou o magistrado na decisão. 

RELEMBRE O CASO

Cintia Mariano está sendo investigada pelo homicídio de Fernanda Carvalho, de 22 anos, em março de 2022, e suposta tentativa de homicídio de Bruno Carvalho, de 16 anos, em maio do mesmo ano. Nos dois casos, que aconteceram em Bangu, na Zona Oeste do Rio, foram usadas técnicas de envenenamento. 

Fernanda foi internada no hospital Albert Schweitzer, em Realengo, no dia 14 de março e no dia 27 do mesmo mês veio a falecer com uma parada cardíaca. Dois meses depois, seu irmão, Bruno, foi internado com os mesmo sintomas.

A situação chamou a atenção de equipe médica, que acionou a polícia sobre o caso. Os dois teriam ingerido alimentos preparados com o veneno chumbinho. Bruno ficou internado por menos de uma semana e recebeu alta.

LAUDO PÓS-EXUMAÇÃO

O exame pós-exumação realizado no corpo de Fernanda Carvalho, de 22 anos, confirmou que a vítima foi envenenada. A principal suspeita é a própria madrasta Cíntia Mariano, que segue presa após também ser acusada de tentar o mesmo contra o irmão de Fernanda.

O laudo feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) do Rio está a disposição do delegado Flávio Rodrigues, líder das investigações de ambos os casos. A Delegacia de Realengo (33ª DP) segue investigando os assuntos.

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