Investigações

Médicos que atenderam suposta vítima de envenenamento são ouvidos

Profissional que atendeu Fernanda não suspeitou de veneno

Fernanda Carvalho morreu no dia 27 de março após uma parada cardíaca.
Fernanda Carvalho morreu no dia 27 de março após uma parada cardíaca. |  Foto: Redes Sociais
 

A médica do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio, que realizou o primeiro atendimento à Fernanda Carvalho Cabral, morta por suspeita de envenenamento em março deste ano, prestou depoimento nesta sexta-feira (27) na Delegacia de Realengo (33ª DP). A madrasta Cíntia Mariano Dias Cabral é a principal suspeita.

De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, responsável pelo caso, a profissional informou que achou que a jovem de 22 anos estava com sintomas relacionados a outras doenças, mas não suspeitou de envenenamento. Outros médicos ainda serão ouvidos nesta sexta.

Leia+: Jovem morta suspeita de ter sido envenenada por madrasta é exumada

Leia+: Madrasta acusada de envenenar enteados é presa no Rio

Nesta quinta-feira, o médico Bruno Santos, que atestou o óbito da paciente, também prestou depoimento. De acordo com Bruno, ele apenas assinou o atestado, mas nem conhecia Fernanda e não teve contato com ela.

Os investigadores também querem saber o motivo do corpo da vítima ter ido direto para o velório e para o sepultamento sem passar pelo Instituto Médico Legal (IML). Fernanda ficou 13 dias internada no hospital.

Exumação

O corpo de Fernanda Cabral, de 22 anos foi exumado no início da tarde desta quinta-feira (26), no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Jardim Sulacap, Zona Oeste do Rio. Ossos, cabelos, entre outros materiais, foram recolhidos da sepultura. Tudo coletado foi levado para o IML do Centro do Rio.

É importante ressaltar que além do material da jovem, também será analisado o material da fauna cadavérica, que são os insetos que estão se alimentando do cadáver, fazer essa análise mais precisa. Flávio Rodrigues, Delegado
 

No atestado de óbito consta que a morte de Fernanda ocorreu por conta de falência múltipla dos órgãos em decorrência de causas naturais. Sem indício de crime, o corpo dela não foi submetido a necropsia.

"Muito provavelmente o médico não deve ter deslumbrado a hipótese de suspensão de intoxicação exógena, esse diagnóstico é mas fácil de ser feito por médicos do IML", contou o delegado. 

O delegado irá aguardar resultado do IML para saber se há indícios de chumbinho no corpo da vítima.

Madrasta

A madrasta Cíntia Dias Mariano Cabral está presa desde a última sexta-feira (20) no Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.  De acordo com o advogado Carlos Augusto Santos, a mulher informou que é inocente e em nenhum momento confirmou o envenenamento. 

Leia+: Justiça mantém prisão de madrasta acusada de envenenar enteados

Cíntia irá responder por homicídio qualificado e tentativa de homicídio porque ela também é suspeita de envenenar Bruno Cabral, irmão de Fernanda, em maio deste ano. De acordo com a Polícia Civil, o motivo do crime seria por ciúmes do atual companheiro com os filhos, que são frutos de outro casamento.

Em depoimento, o filho biológico de Cíntia informou aos policiais que ela confessou os crimes. A mulher também é investigada pela morte de seu ex-marido e de um filho dele.

< Confira os confrontos sorteados das oitavas da Libertadores Criminoso armado invade casa e faz família refém em São Paulo <