Investigação
Menino foi morto ao lado da mãe indo para escola em Maricá
Adjailma de Azevedo, de 33 anos, acusa a PM de ter atirado
O menino Djalma Azevedo Clemente, de 11 anos, foi morto ao lado da mãe Adjailma de Azevedo Costa, de 33, enquanto ia para a escola em Maricá, na manhã desta quarta-feira (12). O crime foi na Estrada do Bosque Fundo, em Inoã, nas proximidades do condomínio 'Minha Casa, Minha Vida'.
Segundo Adjailma, o menino tinha Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela acusa a Polícia Militar de ter feito o disparo que tirou a vida do filho. No entanto, a PM diz que foi atacada por criminosos e houve confronto. A Polícia Civil investiga o caso.
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"Eu arrumei meu filho para ir pro colégio. Quando eu estava vindo para cá, pro ponto do ônibus vermelhinho a polícia veio dali atirando com tanta força que eu estava segurando ele e do nada eu senti que ele caiu no chão. E eu falei: 'perdi meu filho, perdi meu filho'", narrou aos prantos.
Ainde de acordo com Adjailma, no local, policiais teriam feito acusações contra a criança que era aluna da Escola Municipal Professor Darcy Ribeiro.
"Eles estão dizendo que o meu filho é traficante, mas não é traficante. E ele é especial. E todo mundo me conhece e sabe que eu levo ele para escola, volto", continua dizendo. Ela foi amparada por moradores do local.
Tudo o que Adjailma pede é que haja apuração rigorosa sobre o caso e clama por Justiça. Ela tem outros dois filhos.
"Isso é errado um policial fazer isso. Ele não vai trazer o meu filho de volta. Vai? não vai! Então eu quero justiça sobre o meu filho, porque o que ele fez ali, veio correndo de lá para cá e acertando meu filho que estava indo para escola. Meu filho não tem defesa nenhuma. Ele é uma criança", pontuou a mãe da criança.
O Corpo de Bombeiros foi acionado pouco depois de 7h, mas já encontrou a vítima sem vida no chão. Moradores da região fizeram um protesto, ateando fogo em objetos.
"Isso é covardia dos policiais que tiraram a vida de mim, que é o meu filho. Eu amo muito ele e todo mundo sabe que ele não é de parada errada. Do colégio para casa e não fica muito na rua. Tenho outros dois filhos para criar ainda. Mas o meu filho está lá caído e morto. Eu estou aqui sofrendo. Agora como é que vai ser minha vida agora daqui para frente?", questiona Adjailma de Azevedo Costa, mãe do pequeno Djalma.
Duas mulheres deram entrada no Hospital Dr. Ernesto Che Guevara com quadro de saúde estável. Uma com ferimentos por pedrada na face, outra com estilhaços de bomba também no rosto, e seguem em atendimento.
Prefeito pede rigor nas investigações
A Prefeitura de Maricá lamentou a morte do menino Djalma e presta condolências a todos os familiares e amigos, além de colegas e professores da Escola Municipal Darcy Ribeiro.
"O município está de luto pela perda irreparável do menino Djalma", frisou em nota.
O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, declarou que cobrará rigor máximo das autoridades policiais nas investigações.
"Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas", afirmou.
As equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social foram para o local, prestando todo o apoio e solidariedade à família de Djalma.
O que diz a PM
Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar disse que, de acordo com os policiais que participaram da ocorrência, equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram atacadas por criminosos armados.
"Após confronto, os policiais encontraram um menor de idade atingido e já sem vida. A viatura também foi atingida pelos disparos dos criminosos, que fugiram", diz a nota.
A área foi isolada e a perícia acionada. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também foi acionada ao local.
De acordo com a PM, após o fato, moradores tentaram atear fogo em objetos e interditar vias da região. Equipes do 12º BPM atuam para dispersar a mobilização e estabilizar o local.
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