Crueldade

'Não é humana, é monstra' diz mãe de jovem vítima de envenenamento

Madrasta Cintia Dias está presa por suspeita de matar a enteada

Irmãos que teriam sido envenenados pela madrasta
Irmãos que teriam sido envenenados pela madrasta |  Foto: rede social
 

Após a prisão de Cíntia Mariano Dias Cabral, suspeita de envenenar e matar um dos enteados, a mãe dos jovens, Jane Carvalho Cabral, revelou em entrevista à TV Globo que o filho adolescente já desconfiava da madrasta e contou como ocorreram as intoxicações.

A filha mais velha, Fernanda Carvalho Cabral, foi internada no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, no dia 15 de março e, no dia 27 do mesmo, mês veio a falecer com uma parada cardíaca. Dois meses depois, seu irmão, de 16 anos, foi internado com os mesmo sintomas.

Bruno foi almoçar na casa do pai, o que era raro de acontecer, até porque ele já tinha um pé atrás com a madrasta. Jane Carvalho, mãe das vítimas,
 

De acordo com Jane, a madrasta costumava causar intrigas entre Bruno e o pai ao realizar atitudes como sumir com a caderneta do colégio, com o dinheiro da passagem que ele tinha separado e até apagar mensagem no celular.

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Isso não é um ser humano, isso é um monstro. Jane Carvalho,
  

Jane ainda acredita que a motivação do crime tenha sido por ganância e dinheiro.

"Acredito que tudo isso tenha sido por ganância e por dinheiro. Tirando os herdeiros, tudo ficaria só para ela e para os filhos dela. Nem dinheiro ele (pai) tem assim. Ele tem uma casa, um carro, tem uma qualidade de vida boa. Ele trabalha com comércio de livros, faz feira. Nem imóveis ele tem".

Desespero

Segundo familiares, o adolescente comeu um feijão envenenado pela madrasta. Mas o garoto sentiu um gosto 'estranho' e percebeu pedras azuis na comida. Ele chegou a questionar o que era, mas nervosa, a mulher tirou o prato das mãos dele. Desconfortável com a situação, ele mandou mensagem para a mãe e pediu que fosse buscá-lo.

Segundo Jane as reações do veneno foram sonolência, tontura, suor frio, língua enrolada e espuma saindo pela boca.

"Quando vi os olhos dele revirando, pensei em envenenamento. Na mesma hora, liguei para o pai e fui descendo as escadas com ele. Na mesma hora, vieram os dois socorrer. Quando ela chegou aqui, gritei na mesma hora: O que você colocou nesse feijão? Já não tinha mais dúvida de nada. Tudo o que o Bruno estava tendo foi o que eles falaram que a Fernanda teve lá", contou.

Relação

Cíntia  entrou na vida do casal após ser contratada para fazer a condução escolar de Bruno, quando ele tinha 3 anos.

"Nossa relação era normal. Depois que me separei do pai dos meus filhos, fiquei sabendo que ela se envolvia com pais de alunos, que era amantezinha. Ela não foi pivô da nossa separação. Estamos separados há oito anos, e ela estava com ele há uns quatro. Mas, com certeza, a relação deles foi muito manipulada por ela", contou Jane.

A relação de Jane com o pai dos seus filhos costumava ser amigável. Ela alega ainda que a madrasta controlava o ex-marido.

"Hoje, ele nem está mais com ela. Ele não tem culpa".

O que diz o pai?

O pai dos dois jovens, Adeilson Cabral, também em entrevista à TV Globo, diz sentir revolta e culpa por ter se envolvido com Cíntia Mariano. Ele ainda confirmou as informações da ex-mulher, e disse nunca imaginar que a atual esposa seria capaz de tal ato.

Não tinha bola de cristal. Até briguei com Deus, perguntei porque tirou a minha filha. Mas não foi Deus. Foi quem estava do meu lado. Infelizmente, eu não sabia. Adenilson Cabral, pai dos jovens,
 
Investigação

De acordo com a Polícia Civil as investigações estão em andamento na delegacia de Realengo (33ª DP) e que pretende pedir à Justiça a exumação do corpo da enteada da autora para análise no Instituto Médico Legal (IML). 

A delegacia também vai apurar o possível envolvimento da acusada em outras duas mortes, do ex-marido e de uma vizinha.

Defesa

O advogado de Cíntia defende que a prisão da mulher é "totalmente prematura e precipitada". De acordo com ele, uma perícia realizada no feijão que estava na casa de Cíntia mostra ausência de substância tóxica. A defesa também negou a presença de chumbinho na residência. 

"Ela tem quatro cachorros. O que a polícia encontrou foi um remédio para carrapato de cachorro".

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