Foi enterrado, na tarde desta quarta-feira (24), o corpo da influenciadora digital Luanne Jardim, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste do Rio. A mulher morreu durante uma tentativa de assalto numa alça de acesso para a Linha Amarela, em Pilares, na Zona Norte do Rio, no último domingo (21). A família acredita que foi uma execução, mas não suspeitam do namorado da vítima.
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"Levou 17h pro corpo da minha sobrinha sair do hospital e ir para o IML. Ela foi assassinada. A única chance de escapar é se entregando. Ela saiu da minha casa, duas horas depois ligaram e contaram o que tinha acontecido. Era um dia normal, domingo em família, ela era uma pessoa doce", disse o tio da vítima, Uraniel Jardim.
O irmão de Luanne, Natanael Jardim, pediu que parem de usar as redes sociais para acusar o atual namorado dela, o empresário João Pedro Farche. Ele também afirmou que, por hora, a família não aponta o nome de nenhum suspeito, mas que não descarta a alternativa de execução devido às circunstâncias da morte.
"Não levaram nada, só foram atirar. Nenhum momento tentaram pegar o carro. A gente não vai ficar expondo as pessoas, isso pode prejudicar as pessoas. Estamos aqui só cobrando que a polícia faz o trabalho dele. Não estamos suspeitando do namorado dela, têm pessoas colocando coisas na internet não estamos suspeitando dele. Ele tá sendo ameaçado por conta de comentários. A gente quer que seja feita a Justiça do jeito que a Lei permite", explicou Natanael.
Em depoimento à Polícia, João Pedro Farche disse que Luanne vinha sofrendo ameaças de um ex-companheiro, que é policial militar. Luanne, inclusive, teria prestado queixa contra ele por agressão e havia conseguido uma medida protetiva. Já o militar teria movido dois processos contra ela.
A Polícia Civil já trabalha com diferentes linhas de investigação. Mensagens encontradas no telefone da vítima dão conta de ameaças.
Uma delas é de outro ex-companheiro, com quem Luanne tinha uma empresa de suplementos, mas encerrou a parceria ao descobrir trapaças do parceiro nos negócios. Desde então, o homem estaria a pressionando a devolver o dinheiro investido por ele na sociedade.
Luanne deixou dois filhos, um menino de 2 anos e uma menina de 10. A vítima foi baleada no ombro, e o tiro atingiu o coração. Luanne foi levada ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. A polícia tenta localizar os criminosos.
Pai quer a guarda do neto
O pai da vítima, Atanael Jardim, disse que pretende ficar com o neto, de 2 anos, e que o pai da criança vai precisar entrar na Justiça para conseguir tirá-lo dele.
"Vou ficar com meu neto. Se o pai dele quiser, vai precisar entrar na Justiça e a gente vê o que dá. Minha neta já mora com o pai dela. Ela (Luanne) era uma guerreira, e podem ter certeza de que tudo isso que aconteceu foi justamente porque ela brilhava e, às vezes, os outros que não brilham, querem apagar o brilho dos outros", destacou.
Atanael disse que nesta quinta-feira (25), às 10h30, foi chamado à Delegacia de Homicídios para saber do desenrolar das investigações.
"Eu não tenho prova de ninguém, não posso citar nada. Vamos ver qual a prova que eles têm lá [delegacia]. Quem fez isso não matou uma menina, matou uma família. Quando você tira uma vida, não tira a vida somente de uma pessoa, tira da família toda. Todos estão aqui chorando e a pessoa que vez der repente tá sorrindo, mas tudo que você faz, volta contra você", disparou.
Questionado se a filha vinha se queixando de algum problema recente, ele não confirmou a informação.
"Ela era uma pessoa independente, não fazia esses tipos de comentários. Algumas pessoas depois de um certo tempo independente gostam da sua privacidade, principalmente filho", afirmou Atanael.