Assustador

Pastor dono de 'clínica' em Magé ficava com dinheiro das vítimas

Pessoas eram mantidas em condições análogas à escravidão

Local funcionava como uma clínica, mas não possuía condições mínimas de higiene
Local funcionava como uma clínica, mas não possuía condições mínimas de higiene |  Foto: Divulgação/PCERJ
 

O dono da clínica de reabilitação que mantinha pessoas em condições análogas à escravidão em Magé, na Baixada Fluminense, falsificava documentações das vítimas e ficava com o dinheiro vindo de benefícios internos delas, segundo as investigações da 65ª DP (Magé). 

"Ele retinha a documentação dessas pessoas. Além disso, ele falsificava as assinaturas dos pacientes e ficava com seus benefícios. Essas vítimas disseram que não viam o dinheiro de seus benefícios. Elas também não podiam deixar essa clínica. Tudo isso será investigado", disse o delegado João Luiz Garcia de Almeida ao portal "G1".

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Segundo as investigações, o pastor Gilberto Cabral Leão e o diretor do local, Cristiano Santos da Silva, ordenavam que idosos, pessoas com HIV e dependentes químicos trabalhassem no estabelecimento.

"Essas pessoas viviam em condição de escravidão. Além disso, elas eram torturadas. A situação que elas estavam era terrível. A casa estava com mofo, a comida estava estragada. A Vigilância Sanitária de Magé constatou mais de 10 tipos de irregularidades. A situação era precária e insalubre. Temos 10 dias para analisar melhor o que aconteceu e ver quais as providências a serem tomadas contra os envolvidos", informou Garcia.

O local funcionava como uma clínica, mas não possuía condições mínimas de higiene em suas acomodações. As investigações apontaram que os internos eram obrigados a trabalhar e ainda pagavam para permanecer no abrigo.

Eles também eram impedidos de se ausentar e de fazer contato com os familiares. Caso desobedecessem às ordens dos administradores, os pacientes perdiam o direito de se alimentar e ficavam trancados em um quarto em condições sub-humanas.

Os internos foram encaminhados a uma unidade de saúde para a realização de exames e depois serão direcionados a um abrigo da Prefeitura. A ação contou com o apoio da Vigilância Sanitária de Magé, na Baixada Fluminense. Já os suspeitos foram levados para o sistema prisional e estão à disposição da Justiça.

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