Envenenamento

Perícia identifica dois pesticidas em estômago de enteado

A suspeita está presa preventivamente

Cíntia Mariano é suspeita de três mortes, segundo a polícia
Cíntia Mariano é suspeita de três mortes, segundo a polícia |  Foto: Reprodução
 

Evidências da presença dos compostos carbofurano e terbufós no material gástrico do jovem Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, enteado de Cíntia Mariano Cabral, foram apresentadas no laudo de exame complementar produzido com base em análise realizada pelo Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O documento obtido inicialmente pelo O GLOBO, atesta que os pesticidas estavam em quatro grânulos esféricos diminutos, de colocação azul escura, no organismo do estudante.

A suspeita está presa preventivamente por tentativa de homicídio contra Bruno, após tentar envenená-lo com feijão. Em junho, a Justiça do Rio atendeu pedido do Ministério Público e prorrogou por mais trinta dias a prisão temporária de Cíntia, suspeita de envenenar os enteados Bruno e Fernanda Cabral.

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Bruno, de 16 anos, sobreviveu à tentativa de homicídio qualificado registrada em maio, mas a irmã, então com 22 anos, morreu em 28 de março, depois de permanecer 13 dias internada.  

Ao decidir pela prorrogação, o juiz Alexandre Abrahão considerou o relatório da 33ª Delegacia Policial, responsável pelo inquérito.

Inicialmente, o inquérito foi instaurado para apurar o caso de Bruno. Entretanto, no decorrer das investigações foi descoberta a semelhança com a dinâmica da morte de Fernanda.  

Para o magistrado, “somente a manutenção da prisão de Cíntia possibilitará a eventual aplicação da Lei Penal e a instantânea garantia da ordem pública, evitando-se a reiteração criminosa, o que indiciariamente já se viu nestes autos em razão do surgimento de elementos do segundo fato agora melhor apurado. Ademais, tal medida se mostra indispensável, reitero, para o êxito da investigação criminal”.  

Segundo a publicação, a partir do laudo produzido pelo Laboratório de Toxicologia do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto (IMLAP), da Polícia Civil, foi utilizado no Ladetec um método com maior sensibilidade e resolução.

Por meio de seus advogados, Cíntia nega que tenha cometido o crime. Segundo as investigações, os envenenamentos teriam acontecido por ciúmes que a madrasta tinha da relação do companheiro com seus filhos biológicos.

Ela ainda é suspeita da morte de um ex-namorado, o dentista Pedro José Bello Gomes, em 2018; e de um vizinho, o representante farmacêutico Francisco das Chagas Fontenele, em 2020. 

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