Investigação
Polícia busca responsável por abandonar cachorra da mala em Niterói
Caso aconteceu nesta semana no Fonseca
A Polícia Civil já possui uma linha de identificação sobre a autoria do responsável por abandonar uma cadela em situação de maus-tratos dentro de uma mala de viagem na última terça-feira (11), na Travessa Dona Júlia, no Fonseca, Zona Norte de Niterói. A cachorra recebeu o nome de labradora da Mala e, em seguida, passou a se chamar Zaira.
Segundo informações repassadas pelo vereador por Niterói, Daniel Marques (União Brasil), o inquérito deve seguir para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, devido à repercussão do caso.
A Polícia Civil disse que imagens do local já foram requisitadas para análise e diligências seguem para identificar a autoria do crime. O caso ainda segue na 78ª DP (Fonseca), onde foi registrado.
"Nessa nova delegacia, temos profissionais com experiência em casos do tipo e acreditamos que esse crime será elucidado", disse o vereador, que também é coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais da Câmara Municipal de Niterói.
O crime de maus-tratos pode resultar em pena de dois a cinco anos de prisão, além de multa. A punição pode ser ainda maior se houver a morte do animal.
O caso
A cachorrinha agora possui um Instagram @labradoradamala e lá as pessoas que cuidam dela compartilham o dia a dia do animalzinho. Ela está em uma clínica em Santa Rosa, onde realizou um ultrassom e fez exames de sangue.
"Esses exames não mostraram alterações graves. Agora, vamos fazer um exame de raio-x para ver se ela tem alguma lesão no quadril, já que Zaira ainda não consegue se levantar desde o dia que a encontramos. Não sabemos se ela não levanta por ter alguma lesão ou pelo trauma ou se ela tem um dano degenerativo ou neurológico", disse o parlamentar.
Nesta sexta-feira (14), Zaira irá seguir para uma clínica no Rio, que também é especializada em casos do tipo. Até o momento, a cadela ainda não foi adotada.
A cachorra foi deixada dentro da mala fechada e tinha a boca amarrada com barbantes. Uma senhora que passava pela rua viu a mala se mexer e decidiu abrir. Os moradores, em um primeiro momento, ofereceram água e comida, e perceberam que ela não conseguia se levantar. Uma jovem resgatou o animal e o levou ao veterinário.
A autônoma Danielle Paiva, que foi uma das responsáveis pelo resgate da cachorra, conversou com o ENFOCO e explicou como foi ver a cena da cachorra na mala.
“Uma das moradoras da rua estava indo no mercado, foi quando ela viu a mala mexer e deu uma olhada no que tinha dentro. Foi quando a cachorrinha colocou a cabeça para fora e um rapaz passou na hora. A vizinha, então, pediu uma faca para ele para tirar o barbante que estava na boca da animalzinha. Eu cheguei logo depois e vi. Colocamos água e depois chegou a Geovana, que nos ajudou a arrumar o taxidog. Foi quando levamos a cachorra para a clínica veterinária em Santa Rosa. Foi bem triste, você não esperava ver um animal do jeito que estava. Ela estava amordaçada, cheia de fezes, com um odor muito forte dentro da mala, da cintura ela estava com uma toalha”, disse ela que tem 30 anos.
Sobre a adoção, Danielle afirma: “só vamos liberar ela para adoção quando vermos que ela está bem e com uma pessoa que esteja apta para arcar com todos os custos. A gente está analisando tudo porque a cachorrinha já foi vítima de maus-tratos”.
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