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    Investigação

    Polícia tenta prender de novo médico famoso de São Gonçalo

    Armando Marins descumpriu medidas ordenadas pela Justiça

    Publicado 23/05/2025 às 8:21 | Atualizado em 23/05/2025 às 10:04 | Autor: Enfoco
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    Medicamentos vencidos foram encontrados na clínica de Armando Marins
    Medicamentos vencidos foram encontrados na clínica de Armando Marins |  Foto: Reprodução

    Uma nova tentativa de prender o médico e ex-vereador de São Gonçalo, Armando Marins, é feita pela Polícia Civil, nesta sexta-feira (23). Ele é investigado no inquérito que apura a morte da paciente Priscilla dos Santos Nascimento. O administrador e funcionário da clínica, Alexandre Suares Madureira, também é alvo dessa nova fase da investigação.

    Ambos são considerados foragidos por terem reaberto o estabelecimento e entrado em contato com os funcionários, o que estava proibido pela Justiça. Isso teria ocorrido após a soltura de Armando Marins, ocorrida no último sábado (17).

    Os novos mandados de prisão foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de São Gonçalo após o descumprimento de medidas judiciais impostas anteriormente. Até o momento, nenhum dos dois foi localizado.

    Agentes da 78ª DP (Fonseca) cumprem mandados de busca e apreensão desde as primeiras horas do dia, a clínica foi novamente interditada e, mais uma vez, foram encontrados medicamentos fora da validade.

    De acordo com os agentes da distrital, os dois investigados descumpriram medidas cautelares que tinham sido impostas pela Justiça, como: proibição de se aproximar da clínica e proibição de manter contato e aproximação com todos os funcionários e ex-funcionários.

    As investigações tiveram início quando a paciente morreu após um procedimento estético para tratamento de varizes. Segundo os agentes, existem fortes indícios de que o procedimento foi realizado com o uso de medicamento vencido e possivelmente violado, o que teria causado infecção generalizada, levando a morte da vítima.

    No dia 15 de maio, a primeira operação deflagrada contra os alvos e eles foram atuados em flagrante por vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.

    Além da apuração do caso, a distrital também investiga se o médico e o funcionário teriam tentado enganar a Polícia Civil fraudando prontuários médicos.

    Primeira prisão

    Na última sexta-feira (16), Marins foi preso em flagrante após a polícia encontrar diversos medicamentos vencidos na clínica Gardner, localizada em São Gonçalo. A unidade de saúde foi imediatamente interditada.

    Ele deixou a 78ª DP (Fonseca), no bairro Fonseca, mandando beijos para populares que o chamavam de “assassino”. Na sequência, Armando Marins foi levado para o presídio em Benfica, e solto no sábado (17), após a Justiça acatar um pedido da defesa.

    Apesar de liberado, o médico ficou sujeito a medidas restritivas, como a entrega do passaporte, a proibição de frequentar a clínica e de manter contato com os funcionários do local.

    Morte de paciente

    A paciente Priscilla dos Santos Nascimento, de 42 anos, estudante de Serviço Social, faleceu em março após realizar um procedimento estético contra varizes sob os cuidados do médico Armando Marins. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

    Segundo relatos da família, Priscilla procurou Marins pela primeira vez em 27 de fevereiro com o objetivo de emagrecer, após recomendação do irmão. No início de março, insatisfeita com os resultados, ela retornou à clínica para solicitar o reembolso.

    O médico teria então sugerido o tratamento de varizes como alternativa. A família afirma que foram pagos cerca de R$ 3 mil entre consultas e aplicação de espuma nas pernas.

    Priscilla dos Santos Nascimento, de 42 anos, estudante de Serviço Social
    Priscilla dos Santos Nascimento, de 42 anos, estudante de Serviço Social |  Foto: Reprodução

    Após o procedimento, realizado em 7 de março, Priscilla começou a se queixar de dores intensas no corpo. A mulher foi internada em caráter de urgência. Conforme consta no prontuário médico do hospital, ela chegou à unidade com sintomas como falta de ar, pressão arterial elevada, inflamação nas amígdalas, tosse seca e inchaço nas pernas. O quadro foi tratado inicialmente como septicemia, uma infecção generalizada.

    Médico não possuía especialização

    Armando Marins se apresentava como endocrinologista e dizia ter mais de três décadas de experiência na área médica. No entanto, uma verificação feita junto ao Conselho Federal de Medicina revelou que ele não possui registro de especialização, sendo classificado apenas como clínico-geral.

    A polícia investiga se Marins estava legalmente autorizado a realizar procedimentos em consultório. No caso específico de Priscilla, há indícios de que ele pode ter utilizado substâncias vencidas ou com lacre violado. Além disso, os investigadores apuram suspeitas de fraude processual, uma vez que o prontuário médico da paciente desapareceu.

    Além da apuração do caso, a delegacia também investiga se o médico e o funcionário tentaram enganar a Polícia Civil por meio da falsificação de prontuários médicos.

    O que diz a defesa de Armando Marins?

    Procurada pelo ENFOCO, a defesa de Armando Marins, representada pelo advogado criminalista Marcello Ramalho, informou que ainda não teve acesso à decisão. "Iremos adotar as medidas cabíveis", declarou.

    A reportagem ainda tenta localizar os advogados do administrador e funcionário da clínica, Alexandre Suares Madureira.

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