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    Investigação

    Sequestro em Niterói: mentira em depoimento e suspeita de contrabando

    O jovem segue desaparecido

    Publicado 28/11/2025 às 9:13 | Atualizado em 28/11/2025 às 10:28 | Autor: Tiago Souza
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    Eduardo Aguiar Ferreira, de 24 anos, foi sequestrado na última segunda-feira (24) em Itaipu
    Eduardo Aguiar Ferreira, de 24 anos, foi sequestrado na última segunda-feira (24) em Itaipu |  Foto: Rede social

    O que inicialmente parecia um sequestro motivado por vingança amorosa ganhou novos contornos e uma reviravolta decisiva. Investigadores da 81ª DP (Itaipu), descobriram inconsistências graves nos relatos da família do jovem Eduardo Aguiar Ferreira, de 24 anos, que foi sequestrado na última segunda-feira (24) em Itaipu, Região Oceânica de Niterói.

    Segundo a 81ª DP, membros da família da mãe de Eduardo sabiam mais do que revelaram inicialmente durante depoimento. A principal linha de investigação, agora, não tem relação com conflitos amorosos, mas com um possível esquema de contrabando de cigarros.

    Nesta quinta-feira (27), agentes foram até a residência de um tio da vítima, que teria conhecimento sobre a carga ilícita supostamente comercializada por Eduardo. A equipe esperava apreender o material, mas encontrou o local vazio, a carga havia desaparecido.

    Confrontado, o tio se recusou a informar onde o material foi escondido, exaltou-se e acabou sendo conduzido para a delegacia.

    A reviravolta se consolidou quando uma parente prestou depoimento afirmando que o familiar mentiu em sua versão dos fatos. Segundo ela, ele estaria cumprindo ordens de alguém que tenta encobrir o verdadeiro motivo do sequestro e ocultando informações essenciais para a investigação.

    Durante diligências, os policiais conseguiram localizar a carga de cigarros e o tio foi preso pelo crime de falso testemunho. Ele pagou fiança e foi liberado.

    Ainda segundo a polícia,em 2023, Eduardo foi preso em flagrante com uma carga de cigarros roubada.

    O pai do jovem negou a prisão e disse que o filho não sabia que os amigos iriam praticar roubo e que ele ficou somente algumas horas na delegacia.

    “Na verdade ele não foi preso com carga roubada, ele saiu com os amigos que o chamaram para irem em algum lugar. Os amigos foram interceptar e foram detidos no Arsenal, em São Gonçalo. Eu sempre falava para o Eduardo parar de andar com esses garotos e ele dizia que eram os amigos dele. Ele ficou algumas horas na delegacia e depois foi embora. Meu filho estava com as pessoas erradas na hora errada”, disse o pai que preferiu não se identificar.

    O pai foi surpreendido, nesta quinta-feira, com a notícia da prisão do irmão de sua ex-companheira.

    “Eu fiquei sabendo ontem que ele foi preso, mas não sabemos o teor da prisão. Até agora o tio dele não veio falar com a gente. Meu filho mora comigo, mas é uma pessoa independente. Os negócios que ele faz na banca de jornal são entre ele e o tio. A comunicação é feita somente entre eles, nada é passado pra mim", explica.

    A Polícia Civil mantém sigilo sobre detalhes sensíveis da investigação, mas reforça que nenhuma linha de investigação está descartada.