Tiros
Traficante Diaba Loira, que debochava na internet, é morta
Eweline Passos, de 28 anos, foi assassinada em Cascadura

Conhecida por exibir fuzis e pistolas nas redes sociais e por desafiar abertamente rivais do tráfico, Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, a "Diaba Loira", foi encontrada morta na noite desta quinta-feira (14), em Cascadura, na Zona Norte do Rio. O corpo estava enrolado em um lençol, com marcas de tiros na cabeça e no tórax, e foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) do Centro. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.
Natural de Santa Catarina, Diaba Loira era procurada pela Polícia Militar do estado e pelas forças de segurança do Rio. Ganhou notoriedade nas redes sociais ao compartilhar vídeos e fotos ostentando armamento pesado, e ao adotar um discurso provocador e ameaçador.
“Não me entrego viva, só saio no caixão”, dizia em uma de suas postagens.
Ascensão no crime
Segundo investigações, Eweline teria ingressado no mundo do crime após sobreviver a uma tentativa de feminicídio cometida por um ex-companheiro, em 2022, em Santa Catarina. Após o episódio, que a deixou com o pulmão perfurado e exigiu cirurgia, ela se mudou para o Rio e se aliou ao Comando Vermelho (CV), passando a atuar na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio.
Em 2023, foi flagrada transportando sete quilos de cocaína, e voltou a ganhar atenção em junho de 2025, quando foi vista atirando contra policiais durante uma operação.
Nos últimos meses, rompeu com o CV e passou a apoiar o Terceiro Comando Puro (TCP), grupo rival, o que a teria tornado alvo de ameaças. Nas redes, passou a publicar conteúdos ligados à facção Tropa do Coelhão, liderada por William Yvens Silva, no Complexo da Serrinha.
Rivalidades, vingança e ameaças
A troca de facção não passou despercebida. Eweline desafiava abertamente criminosos do CV em vídeos, afirmando que não temia represálias. “Sei que vocês são despreparados”, dizia em um dos registros publicados em seu perfil no Instagram.
Em julho, ela acusou rivais do assassinato de sua mãe:
“Vocês pegaram a minha família, mataram a minha mãe... acabaram com ela mesmo sabendo que morava sozinha”, desabafou.
Foragida e com mandados em aberto
Contra Diaba Loira havia três mandados de prisão em aberto, dois deles expedidos por tribunais de Santa Catarina por envolvimento com o tráfico de drogas e por integrar organização criminosa. A pena restante era de cinco anos e 10 meses em regime fechado, já que havia violado medidas judiciais ao romper com a tornozeleira eletrônica.
Nos últimos meses, surgiram rumores de que teria fugido para a Bahia, mas a informação não foi confirmada oficialmente.


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