Medo

Universitários relatam série de assaltos na Central do Brasil

De acordo com alunos, região segue sem reforço policial

Relatos são de inúmeros casos de tentativas de assaltos, esfaqueamento e violência sexual
Relatos são de inúmeros casos de tentativas de assaltos, esfaqueamento e violência sexual |  Foto: Reprodução
 

Um clima de medo assombra universitários que necessitam pegar o metrô para frequentar as aulas em torno da Central do Brasil, no Centro do Rio. O recente caso do aluno esfaqueado na noite desta segunda-feira (30) acendeu um alerta para a falta de segurança na região. Segundo relatos, apesar de inúmeros casos de tentativas de assaltos, esfaqueamento e violência sexual, o local segue sem reforço policial.

Como forma de reivindicar direitos de segurança, alunos do Centro Acadêmico da Faculdade Nacional de Direito (FND/UFRJ) enviaram um ofício para o Metrô Rio, relatando um recente caso de abuso sexual dentro do transporte, onde um homem abordou a estudante de Direito da universidade, portando uma faca.

"A estudante precisou se defender sozinha e depois contou com ajuda de outras mulheres que estavam ao redor para prestar auxílio e realizar o boletim de ocorrência. Essa situação ressalta o que tem acontecido de maneira sistemática nas dependências da estação Central, em especial na saída D", diz o documento.

Documento relatou que a estudante precisou se defender sozinha e depois contou com ajuda de outras mulheres que estavam ao redor para prestar auxílio e realizar o boletim de ocorrência
  

Alexia Kelly Goulart, estudante de Direito e diretora executiva do Centro Acadêmico, disse que o retorno das atividades presenciais no campus da FND, em abril, vieram junto com uma série de assaltos na região. Sem um reforço policial, Alexia conta que os alunos passaram a sair em grupos, tentando buscar novos meios de transportes como Uber e Táxi.

"Nessa mesma semana, tivemos o primeiro caso reportado de uma tentativa de assalto e violência sexual na parte da manhã, em torno das 10h. Uma aluna da nossa faculdade utilizou um guarda-chuva para ajudar uma mulher a se livrar do homem que estava atacando, e com ajuda de outras mulheres que estavam no local, isso na saída D do metrô da Central", relatou a universitária.

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Após o episódio, a Kelly relata que policiais começaram a vistoriar a região, porém somente durante um período da manhã, fazendo com que os roubos não fossem interrompidos durante a noite.

Uma aluna da nossa faculdade utilizou um guarda-chuva para ajudar uma mulher a se livrar do homem que estava atacando, e com ajuda de outras mulheres que estavam no local, isso na saída D do metrô da Central Alexia Kelly Goulart, estudante e diretora do Centro Acadêmico
  

A estudante também ressaltou que, só nas duas últimas semanas, cerca de 20 alunos foram assaltados ou sofreram tentativas de assalto na região. 

"Nesse momento, os assaltos estão acontecendo com grupos de alunos de mais de 10 pessoas que voltam em conjunto para a casa, com porte de faca para a realização da ameaça. Nesta segunda-feira (30), 4 alunos foram assaltados em menos de duas horas nessa mesma região, Av. Presidente Vargas, na altura do Campo de Santana. Além disso, para piorar, um homem foi esfaqueado ontem também", disse indignada.

O universitário esfaqueado é aluno da Escola Nacional de Ciências e Estatísticas (Ence/IBGE), ele estava indo em direção ao metrô quando foi abordado por três homens. Segundo o Hospital Municipal Souza Aguiar, o quadro de saúde do paciente é estável. Procurada, a universidade não quis se manifestar sobre o ocorrido até o momento.

Questionada sobre o reforço policial na região, a PM informou que a vigilância na Central Brasil é de suma importância devido ao fluxo de pessoas que passam pelo local. Segundo a corporação, só nos primeiros meses deste ano, os agentes prenderam  '250 indivíduos em flagrante e mais de 2.600 objetos perfurocortantes nas ruas do Centro do Rio'. Eles informaram que, através do 5° BPM (Praça da Harmonia), equipes são distribuídas pelo perímetro e realizam abordagens e verificações continuamente.

O Metrô do Rio não se manifestou sobre o ofício e nem sobre nenhum dos casos citados até o momento. 

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