Publicado às 12h50 e atualizado às 17h16.
Apesar da beleza natural, há riscos escondidos nos acessos à Ilha da Boa Viagem, na Zona Sul de Niterói. A ponte de concreto, que faz a ligação ao monumento, sofre com rachaduras próximo ao portão de entrada do patrimônio histórico e natural do estado e do município. Pedras ao lado também ameaçam cair.
Apesar da iminência, não há placas de perigo no local. Segundo banhistas que frequentam à praia da Boa Viagem, a preocupação é que partes dos materiais caiam na cabeça de alguém. A região é muito frequentada, principalmente nos dias de calor.
Para o pescador Vanderlei Miranda, 56 anos, autoridades precisam tomar medidas urgentes. Frequentador da região, ele afirma que na última semana por pouco um banhista não foi atingido.
“O cara estava em pé outro dia e deu dois passos e caiu uma pedra. Aqui tem sempre gente, muitas crianças, mulheres e muitas das vezes essas pessoas não olham e nem se ligam. Mas isso aí é perigoso. Se cai mata na hora. Todas as pessoas que vêm pra cá a gente avisa”, alertou.
A Prefeitura de Niterói, através da Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia, informou que realizou vistorias na ponte da Ilha da Viagem e constatou que não há comprometimento na estrutura ou risco de desabamento.
E após a publicação da reportagem, disse que a área está isolada por conta de fissuras que podem ocasionar queda de reboco.
A Emusa informa que está previsto reparo no local durante as obras de restauração da Ilha da Boa Viagem.
“Parei com minha família bem em baixo, quando olhei para cima, fiquei assustado. É muito perigoso. O que está prendendo a pedra de não cair é um cano”, reclamou o frequentador Luiz Martins.
Investimento
No final do ano passado, o governo municipal anunciou a realização de obras de restauração da Ilha da Boa Viagem. O espaço ficará sob responsabilidade do município por pelo menos 20 anos.
O investimento para recuperação da capela, do forte e do castelo será de R$ 5,5 milhões. Após as intervenções, a ilha será reaberta para visitação ao público.
Por centenas de anos a Ilha foi um centro de peregrinações dos navegantes, e fica a 500 metros do Museu de Arte Contemporânea (MAC). A capela da Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18; o forte erguido no fim do século 17; e o castelo passarão por obras de recuperação.
O início das intervenções, ainda sem data prevista, vai acontecer graças a um acerto entre a Prefeitura de Niterói, o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a União, que assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Questionado, o Iphan informou que o tombamento federal da Ilha da Boa Viagem não contempla a ponte.
“Ainda que contemplasse, não cabe ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, providenciar esse tipo de alerta. A Defesa Civil costuma ser a instituição responsável. O Instituto já aprovou um projeto de restauro mais amplo, mas não sabemos se as intervenções de fato já se iniciaram. Estavam para ser iniciadas", informa.
Em 2020 foram realizadas obras de contenção e melhorias dos acessos, executadas pela Prefeitura de Niterói, e fiscalizadas pelo órgão federal.
O início das intervenções, ainda sem data prevista, vai acontecer graças a um acerto entre a Prefeitura de Niterói, o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a União, que assinaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC).
Pela importância histórica da área e seu potencial turístico, Niterói está assumindo a obra, esperada há uma década, com recursos próprios. Realizada em parceria com o Iphan, a intervenção contemplará as estruturas sem que percam as características originais.
O Castelo receberá uma área administrativa para a equipe de gestão e um novo ambiente cultural com espaços de exposição. Já a Capela ganhará um novo banheiro com acessibilidade.
Conectada ao continente por uma ponte de concreto, a ilha tem edificações construídas no alto de uma escada de 127 degraus, o que torna o local um destino curioso e com vistas deslumbrantes.
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