Crise
Vexames se acumulam e repercutem campanha do Vasco na 'Sula'
Goleada na altitude evidencia falhas e frustra torcedores

A prioridade virou motivo de vergonha. Após tratar a Sul-Americana como peça-chave no planejamento para 2025, o Vasco colhe agora os frutos amargos de uma campanha repleta de vexames e atuações constrangedoras. A mais recente delas veio nesta terça-feira (15), com a goleada por 4 a 0 sofrida para o Independiente del Valle, no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito.
A derrota, marcada pela expulsão de Lucas Piton logo aos 11 minutos, escancarou a fragilidade do time vascaíno fora de casa. Mais uma vez, o Cruz-Maltino mostrou não ter fôlego, organização nem futebol para competir em alto nível no cenário continental. O resultado deixa a equipe muito próxima de ser eliminada ainda nos playoffs (fase anterior às oitavas de final).
Campanha internacional marcada por fiascos
O sonho da torcida de ver o Vasco novamente em uma competição internacional rapidamente se transformou em um pesadelo. Desde o empate sofrido contra o Melgar após abrir 3 a 1 até a goleada humilhante diante do Puerto Cabello por 4 a 1, o Cruz-Maltino já sofreu 12 gols e conquistou apenas um ponto como visitante na Sul-Americana.

Em casa, o cenário também não empolga: vitória por 3 a 0 contra o Melgar sob comando de Fernando Diniz, triunfo magro por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello e um empate sem gols com o Lanús, em um jogo sem brilho e com vaias da torcida. A promessa da diretoria de priorizar a competição se transformou em frustração.
Desastre tático e técnico em Quito
No duelo mais recente, o Vasco entrou em campo com uma formação alternativa, sem Philippe Coutinho e com a dupla GB e Vegetti no ataque. Mas o plano foi por água abaixo quando Lucas Piton foi expulso após falta dura ainda no início do jogo.
Antes disso, o time até conseguiu assustar em finalizações de Rayan, mas, com um a menos, passou a atuar recuado e sem resposta ofensiva. No primeiro tempo, mesmo pressionado e com 17 finalizações contra, o time conseguiu ir para o intervalo perdendo por apenas 1 a 0, lucro diante do volume ofensivo do Del Valle.
Na volta, porém, a desorganização defensiva ficou ainda mais evidente. Em cinco minutos, os equatorianos ampliaram para 3 a 0 com falhas coletivas e individuais, principalmente de João Victor e Maurício Lemos, que entrou no intervalo no lugar de Nuno Moreira. O quarto gol só não veio antes porque o Del Valle tirou o pé, mas ainda assim teve pênalti defendido por Léo Jardim e um gol anulado por impedimento.
Diretoria e jogadores são alvos de críticas
A repercussão foi imediata. Torcedores se revoltaram nas redes sociais, criticaram escolhas táticas, atuação dos zagueiros e o desempenho geral de um elenco que parecia entregue em campo.
Fernando Diniz admitiu em coletiva que a expulsão alterou completamente o roteiro planejado. Ainda assim, o técnico destacou que a equipe foi incapaz de reagir e demonstrou falta de energia para competir na altitude de Quito.
Virada inédita ou adeus precoce
Com o resultado, o Vasco precisa agora vencer por cinco gols de diferença em São Januário na próxima terça-feira (22), às 21h30, algo nunca antes registrado na história da Sul-Americana. A missão beira o impossível, e o sentimento entre os torcedores é de que teria sido melhor não se classificar para o torneio do que protagonizar tamanha decepção.
A repercussão da derrota em Quito vai além do placar. Ela representa o fracasso de um projeto que começou com ambição e terminou, ao que tudo indica, com mais um capítulo triste na trajetória recente do clube.


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