Relato

'Monstro'; diz vítima que acusa Leandro Lehart de estupro

Mulher tentou tirar a própria vida após agressões e estupro

Só haverá prisão do artista após os seus advogados esgotarem os recursos
Só haverá prisão do artista após os seus advogados esgotarem os recursos |  Foto: Reprodução
 

A mulher que alega ter sido vítima do cantor e compositor Leandro Lehart decidiu se pronunciar sobre o episódio de estupro e cárcere privado que sofreu. Em entrevista ao programa Fantástico deste domingo (18), Rita de Cássia Corrêa, de 40 anos, afirmou ter vivido momentos de atrocidades.

"A minha vida hoje, ela é feita de dores psicológicas, físicas, de limitações. Eu quis conversar com o senhor de uma maneira que mostrasse a todos a indignação que eu sinto. Esse monstro que cometeu todas essas atrocidades comigo em uma noite", disse em entrevista.

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Durante o relato, a mulher afirma que começou a se envolver com o cantor após uma troca de mensagens nas redes sociais. Naquele período, Rita tocava piano e o cantor aproveitou para fazer um convite ao seu estúdio, na sua casa, em uma região nobre da Zona Norte de São Paulo.

Leandro Lehart está respondendo em liberdade e não deve ser preso até que o processo seja julgado
  

A partir deste momento, os dois passaram a ter encontros e, em cinco destes, tiveram relações sexuais. Em primeiro momento, a vítima afirma que Leandro era 'sempre muito educado, muito gentil, muito cortês'. Mas foi em 2019 que um episódio de violência marcou para sempre a vida da mulher.

"Ele me convidou para subir para o quarto dele que ficava no andar de cima da casa. Eu consenti e subi. Ele parou e perguntou: ‘Vamos ao banheiro para terminarmos lá? Porque de lá já poderíamos tomar um banho’. Eu não vi maldade nisso. Em sair ali do quarto e terminar ali no banheiro a relação sexual", relatou. 

Foi dentro do banheiro que as agressões tiveram início. O cantor imobilizou a vítima e começou a cometer atos sexuais forçados e regados de violência.

"Na minha boca. Eu já comecei a me debater, e pedindo para ele parar. E tentando tirá-lo de cima de mim, mas eu não conseguia. Ele ainda se masturbou até chegar ao orgasmo”, relembrou.

Após o ato, o homem saiu do banheiro e deixou a mulher trancada lá dentro por um tempo. Ele só liberou Rita para ir embora após uma sessão de humilhações e abusos.

Já fui direto para o banheiro. Já ali no chão mesmo, me despenquei a chorar e fiquei muito tempo ali tentando me higienizar, tentando tirar todo aquele cheiro horrível, aquele gosto, escovando meus dentes. Ali embaixo do chuveiro Rita de Cássia Corrêa, vítima
  

Desde então, a mulher vive com problemas emocionais, perdeu o emprego de controladora de acesso no metrô de São Paulo e tentou tirar a própria vida.

No depoimento que Leandro deu a polícia, ele diz que conheceu a mulher nas redes sociais e que as relações sexuais foram consentidas. O artista ainda disse que terminou a relação depois que descobriu que a mulher usava medicamentos, e logo após o término ela passou a tentar extorqui-lo.

Na última terça-feira (13), o juiz da 17ª da Vara Criminal sentenciou o cantor a 9 anos, 7 meses e 6 dias de prisão. Além disso, Leandro terá que pagar 26 dias de multa. O valor ainda será definido.

As informações ainda alertam que mesmo após a condenação, Leandro Lehart responderá em liberdade e não deve ser preso até que o processo esteja transitado em julgado. Só haverá prisão do artista após os seus advogados esgotarem os recursos.

Pronunciamento

Após ser condenado a quase 10 anos de prisão por estupro e cárcere privado, Leandro Lehart, cantor do grupo "Art Popular", se pronunciou, nesta sexta-feira (16), em resposta às acusações que recebeu. O vocalista, por meio de uma nota, se defendeu em seu perfil no Instagram e desabafou.

Em nota, o advogado do artista comunicou: "A defesa técnica de Leandro Lehart, em atenção aos pedidos da imprensa por comentários, informa que o caso corre em segredo de Justiça e ainda pende de decisão final, o que impede maiores considerações quanto aos fatos. De toda sorte, Leandro e seus advogados seguem confiantes no Poder Judiciário e que a verdade prevalecerá, com sua consequente absolvição".

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