Cadê o ar-condicionado? Universitários dizem passar sufoco em Niterói

Alunos com mal estar e falta de concentração são algumas das consequências da falta de aparelhos de ar-condicionado em salas de aula de uma faculdade particular, no Centro de Niterói. A situação se agravou ao longo desta semana, diante das altas temperaturas registradas na cidade.

Conforme denúncias enviadas ao ENFOCO, não há ventilação regular em determinadas turmas da Universidade Salgado de Oliveira. Por conta disso, uma estudante de Psicologia precisou ser atendida na emergência, na última terça-feira (18).

"Foi uma gritaria no corredor. Nós estudamos em salas sem ar-condicionado, com mais de 60 pessoas. Várias pessoas já passaram mal", lamentou uma colega de turma, que prefere anonimato.

A estudante ainda disse que determinados ventiladores não estão em funcionamento, e outros são fracos, deixando o local ainda mais quente.

Já outra aluna do curso de Biomedicina afirma que uma colega, que também passou mal, precisou de atendimento na emergência. "Não tem ventilação, minha amiga desmaiou, peguei ela nos braços e levei para a emergência".

As insatisfações dos alunos vão desde salas superlotadas a falta de ventiladores e ar-condicionado, além de bebedouros com água quente.

Recorde de calor

Na última segunda-feira (17), Niterói foi considerada a cidade mais quente do Brasil, registrando a temperatura máxima de 42,2°C.

Devido ao calor e à falta de ventilação em algumas salas da Universidade Salgado de Oliveira, a concentração nos estudos se torna um desafio, de acordo com os estudantes.

"Está ruim até para raciocinar com este calor. E os professores sofrem também", relatou uma aluna. "Está insuportável assistir aula, e isso acaba nos prejudicando no aprendizado, de tanto calor e todos suando muito", disse outro aluno à reportagem.

Um estudante do curso de Enfermagem relatou que tentou entrar em contato com a Universidade para buscar soluções em relação ao problema.

"Temos aplicativo e reclamamos no Fale Aluno, mas ninguém é ouvido. Esse problema ocorre há anos e nada é feito. Todo verão fica insuportável estudar", disse ao ENFOCO. 

Já outra aluna afirma que as respostas que estão recebendo sobre o assunto não têm sido satisfatórias para os universitários, que querem que a situação seja resolvida.

"Não tivemos resposta sobre a climatização das salas. O que nos deram foi uma solução paliativa em um dia específico, para vermos uma sala que estaria disponível no dia da aula, com ar-condicionado. Mas essa sala não comportava todos os alunos e a aula foi online". 

O que diz a Universo?

Em nota enviada ao ENFOCO, a Universo afirma que não recebeu queixas de alunos nesta semana. Veja a nota na íntegra:

"A Universidade Salgado de Oliveira - Universo, campus Niterói, sempre zela pelo bem-estar e atendimento ao aluno. Por isso, disponibilizamos canais de comunicação presenciais e online para atender às demandas solicitadas. Como é de conhecimento de todos, estamos enfrentando uma onda de calor no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, no mês de fevereiro, com temperaturas recordes — um fenômeno que não ocorria há vinte anos. Durante esta semana, não recebemos nenhuma notificação ou queixa de alunos que tenham passado mal em nossas instalações. As salas possuem ventilação adequada e os bebedouros passam por manutenções constantes, especialmente neste período de sobrecarga da rede devido às altas temperaturas. Já estamos atuando em eventuais falhas em equipamentos afetados pela oscilação de energia. Nos colocamos à disposição dos alunos e de toda a comunidade acadêmica".