Saúde pública
‘Fila Zero’ quer pôr fim à espera por exames em Niterói
Medida vai contemplar cerca de 10 mil exames mensais

A espera por exames na rede pública de saúde de Niterói está com os dias contados. Foi lançado nesta segunda-feira (14) o programa Fila Zero, que pretende eliminar a fila de exames no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de uma parceria com entidades privadas e sem fins lucrativos, custeadas com recursos próprios do município.
A expectativa é de que cerca de 10 mil exames sejam realizados por mês, com base na Tabela SUS-Niterói, que garante valores diferenciados em relação à tabela nacional para atrair prestadores de serviço.
Durante o lançamento, realizado no auditório do Caminho Niemeyer, o prefeito Rodrigo Neves destacou a importância da iniciativa para garantir dignidade e acesso aos usuários da saúde pública.
“Essa é uma causa da minha vida. Estamos dando um passo importante para uma Niterói mais justa. Precisamos zerar essa fila de exames e consultas e garantir atendimento rápido para todos. Conto com o esforço conjunto das equipes de saúde e da rede credenciada”, disse o prefeito.
Atualmente, a rede municipal recebe 8.700 pedidos mensais de exames de rotina, fora os de urgência. Os procedimentos mais demandados são: ecocardiografia transtorácica, colonoscopia, ultrassonografia mamária bilateral e endoscopia digestiva.
Aumento da demanda no pós-pandemia
A secretária municipal de Saúde, Ilza Fellows, explicou que a pandemia provocou um aumento significativo na busca por serviços de atenção básica, o que gerou uma demanda reprimida difícil de absorver apenas com a estrutura pública.
“O Fila Zero nasce para enfrentar esse cenário. Vamos lançar editais por grupos de exames e credenciar diretamente a rede privada para dar conta da fila enquanto reestruturamos os serviços públicos”, explicou Ilza.
Segundo ela, o primeiro edital será publicado já nesta terça-feira (15), abrindo a seleção de prestadores para os primeiros lotes de exames.
Tabela diferenciada
A Tabela SUS-Niterói, que regula os valores pagos às instituições parceiras, foi criada após aprovação do Conselho Municipal de Saúde e leva em conta custos reais de mercado, disponibilidade orçamentária e número de vagas ofertadas. A tabela pode ser ajustada conforme necessidade, com autorização do conselho.
A complementação dos valores será financiada inteiramente pelo município e poderá ser revogada por decreto, caso haja necessidade por interesse público.
Com a nova medida, a gestão municipal espera resolver, até o final de 2025, uma das principais queixas dos usuários do SUS: a demora na realização de exames diagnósticos, que muitas vezes compromete o início de tratamentos e o acompanhamento adequado de pacientes crônicos.


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