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    Justiça

    Assassinos de Marielle são condenados; veja pena de cada um

    Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram os executores do crime

    Publicado 31/10/2024 às 18:29 | Atualizado em 31/10/2024 às 18:55 | Autor: Enfoco
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    A decisão foi anunciada pelo 4º Tribunal do Júri do Rio, nesta quinta-feira (31)
    A decisão foi anunciada pelo 4º Tribunal do Júri do Rio, nesta quinta-feira (31) |  Foto: Reprodução

    Após dois dias de julgamento em Júri Popular, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados a 78 anos e 9 meses e 30 dias, e 59 anos e 8 meses e 10 dias, respectivamente, pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A decisão foi anunciada pela juíza Lucia Glioche, presidente do 4º Tribunal do Júri do Rio,

    Os executores também foram condenados a pagar uma pensão para o filho de Anderson, até que ele complete 24 anos de idade, além de uma indenização de R$ 706 mil para todos os familiares de Marielle e Anderson, que são: as viúvas Mônica Benício e Agatha Arnaus, a filha, o pai e a mãe de Marielle, Luyara Santos, Antônio Francisco e Marinete Silva, respectivamente. O valor da pensão não foi divulgado. 

    A juíza Lúcia Glioche iniciou a leitura da sentença, às 18h20. "A sentença não serve para tranquilizar as vítimas que são os familiares. Homicídio é um crime traumatizante. A pessoa que é assassinada deixa um vácuo que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade, do Poder Judiciário, às vítimas".

    Ainda de acordo com a juíza, a sentença se dirige aos acusados e a vários Élcio's e vários Ronnie's que existem no Rio de Janeiro. As famílias se emocionaram no plenário, após a leitura da sentença.

    O julgamento, que terminou nesta quinta-feira (31), contou com a participação de nove testemunhas, incluindo Fernanda Chaves, assessora de Marielle, e as viúvas de Marielle e Anderson — Mônica Benício e Ágata Reis, respectivamente — além de dois policiais civis que acompanharam o caso.

    Os dois foram denunciados pelo Gaeco/MPRJ por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018.

    "É um momento histórico para o Ministério Público ter a primeira denúncia de homicídio acolhida integralmente aqui pelo IV Tribunal e importantíssimo para que nós possamos levar adiante o cumprimento do acordo dos réus e que, caso, esperamos que não, mas caso eles descumpram, venham a cumprir a pena integralmente imposta a esse crime", afirmou o coordenador da FTMA/MPRJ, promotor de Justiça Eduardo Morais.

    Quem é Ronnie Lessa 

    Ronnie Lessa é um ex-sargento reformado da Polícia Militar do Rio, acusado de disparar 13 tiros contra o carro onde estavam a vereadora Marielle Franco, o motorista Anderson Gomes e sua assessora. Ele e seu cúmplice, Élcio de Queiroz, foram presos em 2019.

    Em 2023, Lessa foi expulso da Polícia Militar. Em março de 2024, aceitou um acordo de delação premiada, que foi aceito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações posteriores revelaram que Lessa possuía um patrimônio incompatível com os rendimentos de um sargento da PM.

    Além disso, foram encontradas evidências de que ele realizara pesquisas sobre a vida de Marielle e de sua filha, Luyara Franco, o que indica que o crime foi premeditado.

    Quem é Élcio de Queiroz

    Élcio de Queiroz, também ex-sargento da PM, foi expulso da corporação em 2015 e é considerado o cúmplice de Ronnie Lessa nos assassinatos. Élcio foi o motorista do veículo que perseguiu o carro de Marielle Franco.

    Assim como Lessa, ele aceitou um acordo de delação premiada em 2024, onde confirmou sua participação no crime e detalhou como foi instrumentalizado por Lessa durante o planejamento do assassinato.

    Relembre o caso

    Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, no Estácio, Região Central do Rio, pouco depois de completar um ano como vereadora. Ela voltava de um encontro de mulheres negras na Lapa quando seu carro foi atacado a tiros, resultando na morte do motorista Anderson Gomes e ferindo sua assessora.

    Os 13 tiros disparados naquela noite chamaram a atenção não apenas da cidade, mas do mundo todo. O crime deu início a uma investigação complexa, envolvendo diversas instâncias policiais. Após meses de apurações, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos como os executores do crime.

    A busca por justiça continuou, e em 2024, novos avanços ocorreram com a prisão dos supostos mandantes do assassinato: os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil na época do crime. O processo contra eles está agora sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal.

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