Corredor morto na BR-101: motorista da van atropelou mais um

O motorista da van, acusado de atropelar e matar o corredor Lucas Celestino na BR-101 (Niterói-Manilha), já havia se envolvido antes em outro caso de atropelamento na mesma estrada. A vítima, que se salvou mas ficou com sequelas, prestou depoimento à Justiça nesta segunda-feira (15), no Fórum do Colubandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. 

De acordo com informações às quais o ENFOCO teve acesso, o homem trafegava de bicicleta pelo acostamento da BR-101, altura do São Gonçalo Shopping, no Boa Vista, quando foi projetado para fora da estrada por um carro de passeio, modelo Astra, dirigido à época por Everton Oliveira da Costa, de 37 anos. 

A testemunha relatou ainda que ficou internado em coma por um bom tempo, ainda sofre sequelas do acidente, como esquecimento, e o réu não ajudou de nenhuma forma no tratamento. Ao contrário do caso do Lucas Celestino, o acusado do atropelamento, ainda segundo a vítima, permaneceu no local do acidente porque a bicicleta ficou embaixo do carro. 

O ENFOCO descobriu também que a vítima foi localizada pela Polícia Civil por conta da investigação sobre o acidente, cujo caso foi registrado em uma delegacia de São Gonçalo. A vítima, por sua vez, somente soube que o réu era o mesmo do caso do Lucas Celestino através da divulgação da notícia na internet.

A identidade, idade e profissão da testemunha assim como quando ocorreu o atropelamento não foram informados pelas fontes do ENFOCO. Além do depoimento da vítima como testemunha de acusação na audiência no caso de Lucas Celestino, foram ouvidas também três testemunhas de defesa do réu: um motorista de caminhão, um motorista de van e colega do réu e um despachante da linha a qual o acusado fazia. 

As partes aguardam agora a decisão da Justiça em relação ao pedido de relaxamento da prisão (defesa do réu) ou permanência na prisão (Ministério Público e advogado de acusação) assim como a marcação do julgamento pelo Tribunal ou em júri popular. Não existe um prazo determinado para as decisões da juíza responsável pelo caso. 

O ENFOCO não conseguiu localizar a defesa de Everton Oliveira para comentar o depoimento da testemunha. 

Relembre o caso

Lucas Celestino de Oliveira desapareceu após sair para uma corrida matinal e não retornar para casa, no dia 8 de abril deste ano. Sua esposa, Maria Eduarda Celestino, notou a ausência do marido por volta das 7h30. Lucas trabalhava como operador no estacionamento de um shopping em Itaipu, Niterói, e deveria iniciar o expediente às 8h40.

O corpo de Lucas Celestino foi encontrado no dia seguinte ao seu desaparecimento com sinais evidentes de fraturas às margens da BR-101, o que confirmou o atropelamento.

A investigação avançou com a análise de imagens de câmeras em Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro, além da colaboração da PRF. Apesar de o atropelamento não ter sido registrado, uma imagem crucial mostrou a van já danificada, o que levou à identificação do motorista Everton Oliveira Lessa da Costa como autor do crime.

Após o atropelamento, Everton teria consertado o veículo e seguido trabalhando normalmente. A van fazia a linha M557 (Boa Vista – Rio de Janeiro).