Confusão

Mulheres são feridas em protesto contra morte de criança em Maricá

Moradores relatam que tiro atravessou o corpo do menor

Moradores realizam protesto pela morte de Djalma Azevedo
Moradores realizam protesto pela morte de Djalma Azevedo |  Foto: Péricles Cutrim
 

Duas mulheres ficaram feridas durante um protesto contra a morte do estudante Djalma Azevedo Clemente, de 11 anos, durante um confronto armado na manhã desta quarta-feira (12), em Inoã, Maricá.

Segundo moradores do condomínio 'Minha Casa, Minha Vida', que fica na Estrada do Bosque Fundo, o tiro que matou a criança partiu da arma de um policial. A Polícia Civil investiga o caso.

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Cerca de 11 viaturas da Polícia Militar estavam no local ainda pela manhã. Por volta de 9h10, no momento da retirada do corpo, um conflito entre os PMs e moradores teve início. 

Carros da Polícia Militar estão no local
Carros da Polícia Militar estão no local |  Foto: Péricles Cutrim
  

Os policiais atiraram bombas de efeito moral e realizaram disparos para cima, enquanto os moradores revidaram com pedregulhos.

Durante a ação, duas mulheres ficaram feridas e deram entrada no Hospital Dr. Ernesto Che Guevara, uma com ferimentos por pedrada na face, outra com estilhaços de bomba também no rosto. Elas seguem em atendimento e segundo a secretaria municipal de saúde, estão estáveis. 

De acordo com os moradores, o tiro que matou Djalma atravessou o corpo da criança e atingiu um veículo. O carro do morador estava sendo periciado pelos investigadores. 

Menino foi morto ao lado da mãe

Criança estava a caminho da escola
Criança estava a caminho da escola |  Foto: Péricles Cutrim
  

O menino Djalma Azevedo Clemente, de 11 anos, foi morto ao lado da mãe Adjailma de Azevedo Costa, de 33, enquanto ia para a escola em Maricá.

Segundo Adjailma, o menino tinha Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela acusa a Polícia Militar de ter feito o disparo que tirou a vida do filho. No entanto, a PM diz que foi atacada por criminosos e houve confronto. A Polícia Civil investiga o caso.

"Eu arrumei meu filho pra ir pro colégio. Quando eu estava vindo pra cá, pro ponto do ônibus vermelhinho a polícia veio dali atirando com tanta força que eu estava segurando ele e do nada eu senti que ele caiu no chão. E eu falei: 'perdi meu filho, perdi meu filho'", narrou aos prantos.

Prefeito pede rigor nas investigações

A Prefeitura de Maricá lamentou a morte do menino Djalma e presta condolências a todos os familiares e amigos, além de colegas e professores da Escola Municipal Darcy Ribeiro.

"O município está de luto pela perda irreparável do menino Djalma", frisou em nota.

O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, declarou que cobrará rigor máximo das autoridades policiais nas investigações.

"Não vamos deixar que esse crime fique impune, nem que tragédias como essa, incomuns na nossa cidade, sejam naturalizadas", afirmou.

As equipes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social foram para o local, prestando todo o apoio e solidariedade à família de Djalma.

O que diz a PM

Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Militar disse que, de acordo com os policiais que participaram da ocorrência, equipes do 12º BPM (Niterói) realizavam policiamento quando foram atacadas por criminosos armados.

"Após confronto, os policiais encontraram um menor de idade atingido e já sem vida. A viatura também foi atingida pelos disparos dos criminosos, que fugiram", diz a nota.

A área foi isolada e a perícia acionada. A 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) também foi acionada ao local.

De acordo com a PM, após o fato, moradores tentaram atear fogo em objetos e interditar vias da região. Equipes do 12º BPM atuam para dispersar a mobilização e estabilizar o local.

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