PF prende desembargador que relata caso TH Joias; Bacellar é alvo de buscas

O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, integrante do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), foi preso pela Polícia Federal nesta terça-feira (16), durante a segunda fase da Operação Unha e Carne. A investigação apura o repasse indevido de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun. O magistrado foi preso em sua residência, localizada na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Macário é o mesmo juiz que, em setembro, autorizou a prisão do então deputado estadual conhecido como TH Joias, alvo da operação.

Segundo informações divulgadas pelo blog do jornalista Octavio Guedes, a Polícia Federal reuniu indícios de que o desembargador teria contribuído para o vazamento da ação policial.

Rodrigo Bacellar alvo de nova operação

A Operação Unha e Carne 2 investiga a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas que culminou com a obstrução da investigação realizada no âmbito da Operação Zargun, deflagrada em setembro.

Além do mandado de prisão preventiva na operação também são cumpridos dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

Um desses mandados é contra o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Rodrigo Bacellar (União), que foi preso no início do mês.

A ação se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas) que, dentre outras providências, determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado e suas conexões com agentes públicos.

Prisão de TH Joais e Rodrigo Bacellar

Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, foi preso sob acusações de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de intermediar a negociação de armas para a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Embora tenha tomado posse como deputado em junho, perdeu o mandato após a prisão.

Rodrigo Bacellar, que havia sido preso na primeira etapa da investigação e posteriormente solto por decisão do plenário da Alerj, voltou a ser alvo de buscas nesta terça-feira. As diligências também se estendem ao Espírito Santo.

Atualmente, Bacellar está licenciado do cargo de deputado estadual. Ele foi afastado da presidência da Alerj por decisão de Alexandre de Moraes, mas ainda mantinha o mandato. Um dia após deixar a prisão, solicitou afastamento da função parlamentar.