Testemunhas revelam tudo sobre acidente em túnel de Niterói

Testemunhas do acidente ocorrido no túnel Cafubá-Charitas, em Niterói, na segunda-feira (9), forneceram mais detalhes do caso na audiência de custódia do motorista Leonardo Pestana Sales, de 29 anos, realizada nesta quarta-feira (11). Sales é acusado de provocar a colisão que resultou na morte de Sidnei Correira da Silva, de 59 anos. 

Na decisão, a juíza Ariadne Villela Lopes converteu a prisão em flagrante de Leonardo para preventiva, considerando a gravidade do acidente e o comportamento do acusado, que fugiu do local e se recusou a realizar o teste de alcoolemia. Assim, ele seguirá preso sem possibilidade de liberdade provisória.

Entre as testemunhas, foram ouvidos um motociclista e um motorista que também se envolveram na colisão. Além disso, os agentes responsáveis pela prisão de Leonardo também prestaram depoimento. Confira os detalhes abaixo. 

O motorista

O motorista, que dirigia um Honda Fit, relatou que viu Leonardo se aproximando a uma altíssima velocidade no seu Audi. Segundo ele, o acusado estava a cerca de 200 km/h e, apesar de tentar sair da frente, seu carro foi atingido girando na pista.

Quando seu veículo parou, ele testemunhou o momento em que o Audi de Sales colidiu com um Gol, dirigido por Sidnei Correira da Silva, que capotou várias vezes. A vítima foi levada em estado gravíssimo ao Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), em Niterói, mas não sobreviveu aos ferimentos.

O motociclista 

Já o motociclista revelou que Leonardo o ultrapassou em altíssima velocidade antes de colidir com outros veículos. Ele também testemunhou o momento em que o Honda Fit girou na pista após ser atingido pelo Audi.

O motociclista tentou frear para evitar a colisão, mas, devido à presença de óleo na pista, acabou caindo da moto, danificando seu capacete e o veículo, embora não tenha sofrido lesões físicas. Ele destacou que o carro de Leonardo foi o responsável pelo acidente.

Polícia Militar

Segundo as investigações, após o acidente, Leonardo e uma mulher, acompanhados de um cachorro, abandonaram o local a pé. Os policiais militares, acionados por relatos de troca de tiros, encontraram o casal cerca de um quilômetro distante do local do acidente.

Quando abordado, Leonardo teria ignorado a ordem de parada dos policiais e continuado a caminhar, aparentando estar desorientado, com a voz embargada e respostas desconexas.

Além disso, ele mentiu para os agentes, afirmando que não estava no local do acidente, e se negou a realizar o exame de alcoolemia ou de substâncias tóxicas. A informação foi confirmada pelos laudos periciais.

Audiência

Na audiência, o Ministério Público solicitou a conversão da prisão em flagrante de Leonardo Pestana Sales para prisão preventiva. O argumento do MP foi que sua liberdade representava um risco à ordem pública.

Em contraste, a defesa de Sales pediu a concessão de liberdade provisória. Alegaram que ele não apresentava risco e deveria ser liberado até o julgamento. No entanto, essa solicitação foi rejeitada pela magistrada.

Dessa forma, Leonardo Pestana Sales continuará preso pelo crime de homicídio doloso, em que o autor assume o risco de matar. Ele aguardará o andamento do processo judicial em custódia.

Contatada, a defesa do acusado não respondeu ao ENFOCO até a publicação desta reportagem.