Paineira-rosa
ENFOCO desvenda mistério do ‘algodão’ no chão de Niterói; vídeos
Achado foi feito às margens da Avenida do Contorno
Uma árvore localizada às margens da Avenida do Contorno, no Centro de Niterói, tem despertado a curiosidade de quem passa pelo local. Os galhos estão cobertos por uma espécie de "algodão", que também se espalha pelo chão.
No entanto, segundo a professora Janie Garcia da Silva, coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro da Universidade Federal Fluminense (UFF), a planta não é um algodoeiro, como muitos pensam, mas sim uma paineira-rosa.
“Essa árvore não é de algodão, é uma paineira. Especificamente, uma paineira-rosa. Assim como o algodoeiro, que é um arbusto, a paineira também produz paina: um material fibroso cuja função é proteger e ajudar na dispersão das sementes com o vento. Por ser bem leve, a paina consegue levar mais longe as sementes. Ela também pode ser usada para fazer almofadas”, explica a bióloga ao ENFOCO.
Entre as principais características da paineira estão o porte arbóreo elevado, que pode variar de 12 a 20 metros, e as flores ornamentais, que podem ser róseas ou brancas, dependendo da espécie.
“O caule apresenta acúleos, projeção parecida com espinho na epiderme, que servem como proteção. A paineira é bastante utilizada em projetos de arborização urbana e em programas de recuperação de áreas degradadas”, acrescenta Janie.
A especialista, que é graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula (USU), mestre em Botânica e doutora em Biociências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que a paineira pertence à família Malvaceae e ao gênero Ceiba, sendo a espécie Ceiba speciosa a mais comum na região.
Embora seja frequentemente usada na arborização de áreas urbanas, a professora faz um alerta:
“Por ser uma árvore de grande porte, não é recomendada para calçadas ou espaços muito pequenos”, orienta.
Por fim, Janie tranquiliza a população quanto ao acúmulo da paina no solo:
“Não há motivo para preocupação. Caso haja grande quantidade no gramado, basta fazer a varrição. De toda forma, a paina se decompõe naturalmente e ajuda a nutrir o solo”, conclui.


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