Pedido

Fux quer explicações da PM sobre operação na Vila Cruzeiro

Ação da PM resultou em ao menos 23 mortos

A terça-feira (24) foi marcada por confrontos entre policiais e criminosos.
A terça-feira (24) foi marcada por confrontos entre policiais e criminosos. |  Foto: Marcelo Tavares
 

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (26) que deseja explicações sobre a atuação da polícia militar que resultou em 23 mortes na Vila Cruzeiro, localizada na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, na última terça-feira (24).

De acordo com o ministro, não houve a necessidade de polemizar a atuação, mas ainda gostaria de uma manifestação sobre o assunto.

Tendo em vista a posição em que se encontra o STF, achei por bem não polemizar com a PM. A PM deve satisfações, eu estou aguardando essas satisfações. Luiz Fux, Ministro
  

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Ainda na sessão desta quinta, o ministro Gilmar Mendes também comentou o caso. Para ele, foi uma "violência policial lamentável". Mendes ainda criticou a posição de autoridades policiais que atribuíram ao STF a responsabilidade pelo resultado da operação. Em 2020, o ministro Edson Fachin decidiu proibir operações policiais nas comunidades do Rio durante a pandemia. Essa medida foi autorizada pelo restante do plenário.

“É preciso que as coisas sejam ditas com muita clareza e perspectiva isenta, devemos contribuir para superação das crises e não para ficar aí a apontar culpados ou bodes expiatórios", afirmou Gilmar Mendes nesta quinta-feira (26).

Preocupação

Nesta terça-feira (24), o ministro Edson Fachin demonstrou preocupação com a atuação policial na Vila Cruzeiro. Fachin conversou com o Procurador de Justiça do Rio Dr. Luciano de Olivieira Mattos de Souza sobre o tema.  

"O ministro Edson Fachin, relator da ADPF 635 (na qual o STF determinou a elaboração de um plano de redução da letalidade policial em comunidades do Rio de Janeiro), conversou com o Dr. Luciano de Oliveira Mattos de Souza, Procurador de Justiça do Rio (MP-RJ). Ao procurador, o ministro demonstrou muita preocupação com a notícia de mais uma ação policial com índice tão alto de letalidade na data de ontem, mas informou que soube da pronta atuação do Ministério Público e que tem confiança de que a decisão do STF será cumprida, com a investigação de todas as circunstâncias da referida operação", diz a nota do STF.

A operação na Vila Cruzeiro deixou 23 mortos, incluindo a cabeleireira Gabrielle da Cunha, de 41 anos, e se tornou a segunda mais letal do estado do Rio de Janeiro, atrás apenas da realizada no Jacarezinho, que deixou 28 óbitos no ano passado.

Atenteriormente, a Polícia Militar havia informado que 26 pessoas morreram após o confronto na Vila Cruzeiro. No entanto, a Polícia Civil explicou que três corpos levados para o Instituto Médico-Legal, que haviam sido atribuídos à operação, vieram de um confronto entre traficantes no Morro do Juramento, também na Zona Norte.

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