Desapareceram
Cadê? Somem celulares de escultura de macacos exposta em Niterói
Caso foi notado nesta terça-feira (15)

Em menos de uma semana, dois celulares da escultura “Desconectados”, do artista visual Beto Gatti, desapareceram misteriosamente. O último caso foi notado nesta terça-feira (15). A obra, que faz parte da exposição Primórdios Digitais e está instalada na Praça Arariboia, no Centro de Niterói, retrata macacos manipulando smartphones, uma crítica direta à hiperconexão e seus impactos nas relações humanas.
Segundo o comerciante Thiago Ferreira, de 35 anos, ele registrou a obra completa no último dia 4 de julho. “Semana passada roubaram de um, e agora de outro”, contou ele. As peças, integradas à escultura original, foram arrancadas, mas o destino dos “aparelhos” ainda é desconhecido.
“Nem os macacos estão escapando da criminalidade em Niterói. Uma obra que veio pra somar, pra embelezar a cidade e trazer um pouco de arte, está sendo vandalizada”, lamentou Thiago.
O vendedor Natan Lima, de 42 anos, passa pela região diariamente para ir trabalhar e também lamentou o caso.
“Eu trabalho em Copacabana, e sempre roubam o óculos da estátua do Carlos Drumond de Andrade e a prefeitura gasta um dinheiro pra colocar de novo. Agora aqui em Niterói. Eu pego ônibus ali perto do Plaza Shopping pra ir pro Rio. Eu achei a estrutura irada e vandalizaram por vandalizar mesmo. Acho que nem entenderam o contexto da crítica da escultura”, disse.
O que dizem as autoridades
Procurada, a Polícia Militar informa que, segundo o comando do 12º BPM (Niterói), não houve comunicação da realização do evento ao Batalhão. "Entretanto, o patrulhamento que já é realizado na Praça Arariboia será intensificado", diz a nota.
Já a Guarda Municipal diz que realiza patrulhamento ostensivo na região em conjunto com a Polícia Militar, e as rondas têm sido intensificadas.
"O artista foi comunicado, e, como a exposição já está em sua fase final, as obras serão recolhidas na quinta-feira, 17 de julho, conforme o cronograma previamente estabelecido. Ficando apenas a obra instalada na praça do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC)."
O Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) da Prefeitura de Niterói esclarece que está mobilizado para localizar o autor do furto.
A reportagem tenta contato com o artista visual Beto Gatti.
Sobre a exposição
A série criada por Beto Gatti ocupa espaços públicos de Niterói, rompendo os limites das galerias e aproximando arte e população. As esculturas simbolizam o paradoxo entre o real e o digital, um universo de acesso ilimitado, mas também de aprisionamentos invisíveis.
Conforme o texto presente na escultura, entre o passado e o presente, presença e virtualidade, Gatti constrói um espelho de nossa era: poético, crítico e profundamente humano.


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