Luto
Morre em Niterói o jornalista Jourdan Amóra, símbolo da imprensa fluminense
A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

O jornalista Jourdan Amóra, morreu aos 87 anos, neste domingo (19), o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), onde estava internado há cerca de duas semanas. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Diretor do tradicional jornal A Tribuna, Amóra não foi apenas um jornalista, foi uma instituição. Uma figura que atravessou ditaduras, censuras, revoluções tecnológicas e décadas de transformações políticas com a mesma caneta firme e a mesma convicção, a de que informar é resistir.
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, decretou tres dias de luto na cidade.
“Jourdan era a própria notícia. Apaixonado pela verdade e inquieto por natureza, ele transformou o ato de informar em um ato de resistência e de amor profundo por Niterói. Ele não apenas contou a história de nossa cidade, mas ajudou a escrevê-la. Vamos decretar luto por três dias na cidade em memória e reverência a história desse niteroiense apaixonado por Niterói e que amava o jornalismo e a democracia”, disse o prefeito.
Nascido em Araçuaí, no norte de Minas Gerais, em 6 de maio de 1938, e criado entre Petrópolis, São Gonçalo e Niterói, Jourdan Norton Wellington de Barros Amóra descobriu cedo sua paixão pela escrita. Aos 14 anos, já comandava o seu primeiro jornal, o Praia das Flechas. Com o tempo, a paixão se transformou em propósito: usar o jornalismo como ferramenta de cidadania e crítica social.
A trajetória profissional confunde-se com a própria história de Niterói. De repórter iniciante em veículos como Última Hora, Jornal do Brasil e Diário do Comércio, tornou-se referência ao assumir, em 1965, a direção de A Tribuna, então um pequeno jornal diário que, sob sua liderança, tornou-se um símbolo da imprensa livre no estado do Rio.
Jourdan também foi pioneiro. Lançou o Jornal de Icaraí, primeiro gratuito distribuído de porta em porta em Niterói, e criou publicações como a revista Tela e o semanário A Tribuna de São Gonçalo. Foi o primeiro a implantar sistemas gráficos modernos no interior e nunca parou de defender a renovação da imprensa local.


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