Desprezo
Rodoviária de Niterói: passagem do medo e retrato do abandono
Moradores e turistas reclamam de insegurança e precariedade
Principal porta de entrada para quem chega de ônibus de outros estados, as condições do Terminal Rodoviário Roberto Silveira têm assustado e impressionado turistas e moradores de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, devido ao seu completo estado de abandonado. Com fluxo médio de 60 mil passageiros por mês, o espaço, localizado no coração da cidade, vem sendo alvo de inúmeras denúncias, principalmente diante do aumento expressivo de pessoas em situação de rua, que fizeram da rodoviária moradia fixa.
Pelas redes sociais, se tornou comum a veiculação de imagens mostrando o terminal rodoviário lotado de pessoas em situação de rua, que se acomodam em bancos e coberturas destinadas a passageiros.
A situação acontece no decorrer do dia e se intensifica à noite. O passageiro Erick da Silva, de 23 anos, faz uso da rodoviária com frequência e confirma ter notado o aumento significativo na quantidade de pessoas em condições de rua.
"Sempre teve um ou outro, mas de uns tempos para cá aumentou bastante. Eles são muito persistentes, às vezes até tentam encostar em alguma coisa sua", desabafa o jovem.

O passageiro também afirma que não vê qualquer movimentação por parte da administração da rodoviária para mudar o cenário desolador.
"A preservação aqui do ambiente é um constante declínio. O chão é muito sujo, tem goteiras, os bancos de espera às vezes estão quebrados e às vezes tem lixo espalhado pelo chão. Você não nota guardas e seguranças por aqui, e eles não intervém em nada", contou Erick.
Banheiros

Frequentadores também reclamam do funcionamento dos banheiros. Segundo denúncias, funcionários divergem sobre o uso gratuito, já que seriam destinados apenas a passageiros, mediante comprovação. No entanto, no local foram flagradas pessoas entrando e saindo pela roleta sem qulaquer comprovação.
Responsabilidades

Construído em 1955, o Terminal Rodoviário Roberto Silveira conta com 16 empresas de ônibus que operam 53 linhas, sendo 36 intermunicipais e 17 interestaduais, segundo informação do Governo do Estado. Anteriormente adminstrada pela empresa Socicam, a rodoviária voltou as mãos do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Rio (Coderte), orgão vinculado à Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana.
Procurada a respeito das atuais condições do terminal e da crescente população em situação de rua usando o espaço como abrigo, a Coderte ainda não manisfestou que medidas pretende adotar.


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