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'Covardia', diz amiga de mulher morta em ataque a bar de Niterói
Janete Batista, de 55 anos, trabalhava como doméstica
Choros e gritos por justiça marcaram o sepultamento de Janete Regina Batista, de 55 anos, na tarde desta segunda-feira (2), no Cemitério do Maruí, em Niterói. Janete foi uma das vítimas fatais do ataque a tiros em um bar no bairro São Domingos, ocorrido no último sábado (30).
Uma amiga próxima de Janete, que estava presente no momento do crime e preferiu não se identificar, chegou ao velório amparada por familiares. “Uma covardia. Por que atiraram nela?”, gritou, aos prantos, repetidas vezes, enquanto o corpo era velado pelos entes queridos.
A irmã, única familiar com condições de falar durante a cerimônia, também optou por não se identificar. Em seu relato, destacou a brutalidade do crime, que, segundo ela, ainda é incompreensível para a família.
“Ninguém tem estrutura para falar. Até porque nada vai trazer ela de volta. Era inocente. Minha irmã era inocente, estava só se divertindo. A gente não faz ideia do que aconteceu. Nunca teve tiro na comunidade, e foi tomar tiro lá embaixo [na estrada], sem ter nada a ver com a situação", compartilhou.
Janete era doméstica
Moradora do Morro do Estado, no Centro de Niterói, Janete havia começado recentemente a trabalhar como empregada doméstica em uma casa de família e também como faxineira em uma academia na região. Ela deixa o marido, três filhos — dois gêmeos e uma mulher —, além de um neto.
Outro jovem, também morador do Morro do Estado, que preferiu não se identificar, relembrou o carisma de Janete.
“É uma tragédia. Ela me viu crescer; eu era amigo dos filhos dela. Sempre alegre, simpática, feliz e com um sorriso no rosto. Nunca fez mal a ninguém. Estava no momento errado e na hora errada, apenas comemorando o título do Botafogo com umas amigas", disse.
Ela chegou a ser socorrida
Janete chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, mas não resistiu aos ferimentos, falecendo no domingo (1º). O ataque também resultou na morte de Michel da Silva Campos Pereira, de 24 anos. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
O crime ocorreu na Rua General Andrade Neves, em São Domingos, Niterói. As vítimas estavam reunidas para celebrar a vitória do Botafogo na Libertadores quando dois criminosos, em uma motocicleta, chegaram ao local e abriram fogo contra o grupo.
Investigação
Policiais do 12º BPM (Niterói) foram acionados e, ao chegarem, constataram que Michel já estava sem vida. O corpo dele será sepultado no Cemitério do Maruí, às 17h desta segunda-feira (2).
Agentes da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) retornaram à cena do crime na manhã desta segunda-feira. A principal linha de investigação, segundo a Polícia Civil, é uma possível disputa entre facções rivais pelo controle da região.
De acordo com informações iniciais, os criminosos podem pertencer a uma facção que estaria tentando retomar o domínio da comunidade. Uma testemunha, que pediu anonimato, relatou que os atiradores estavam no bar antes do ataque, esperando o momento certo para agir.
“Eles iriam atirar em outro cara também, mas acabou pegando na Janete, e o outro conseguiu correr. Agora estamos com medo porque não sabemos se podem voltar.”
Possível alvo
As investigações preliminares indicam que Michel seria o alvo principal dos atiradores. No entanto, as circunstâncias do crime seguem sob apuração. A Polícia Militar informou que Michel não possuía antecedentes criminais.
A DHNSG está analisando imagens de câmeras de monitoramento para entender a dinâmica do crime e identificar os autores. Testemunhas estão sendo ouvidas, mas, segundo os investigadores, ainda é cedo para conclusões definitivas.
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