Rígido
Ex-deputado TH Joias é transferido para presídio federal
Político irá enfrentar regras mais duras de custódia

O ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, foi transferido nesta terça-feira (16) do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, para uma penitenciária federal. Ele foi levado em um carro da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) até a Base Aérea do Galeão e, de lá, seguiu para Brasília em um avião da Polícia Federal.
A mudança ocorre por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui a inclusão do ex-parlamentar no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que impõe regras mais duras de custódia. Nesse modelo, o preso permanece em cela individual e tem visitas, telefonemas e correspondências monitorados pelas autoridades.
A decisão faz parte do mesmo processo que levou à prisão do desembargador Macário Ramos Júdice Neto e se dá na esteira das investigações que também resultaram na detenção do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacelar.
Segundo a onvestigação, há indícios de que Bacelar tenha sido alertado previamente sobre a operação que culminou na prisão de TH Joias, o que teria permitido a ocultação de provas.
Preso desde setembro, o ex-deputado é acusado de atuar como intermediário na negociação de armas para o Comando Vermelho, além de favorecer a facção criminosa em diferentes frentes. À época, ele integrava a bancada do MDB na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, mas acabou expulso do partido após a prisão.
Durante a análise do celular de Bacelar, a Polícia Federal identificou elementos que apontam o desembargador Macário Ramos Júdice Neto, relator do processo, como possível fonte do vazamento de informações sobre a operação policial.
Transferência
A transferência para o sistema penitenciário federal atende a pedidos da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para a PF, outros investigados do mesmo esquema já cumprem pena em presídios federais, o que tornava contraditória a permanência de TH Joias em unidade estadual, já que ele é apontado como um dos líderes do grupo investigado e integrante do núcleo político da organização.
A PGR também se manifestou favoravelmente, afirmando que a medida é adequada e proporcional, além de necessária para garantir a segurança pública. Em parecer enviado ao STF, a Procuradoria sustenta que TH Joias se destaca como o braço político do Comando Vermelho, fazendo a ligação entre o crime organizado e estruturas do Estado.

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