Confronto

Número de mortes em operação na Penha chega a 22

Ação conjunta acontece desde as primeiras horas desta terça (24)

Corpos estão sendo encaminhados para o hospital Getúlio Vargas, na mesma região
Corpos estão sendo encaminhados para o hospital Getúlio Vargas, na mesma região |  Foto: Marcelo Eugênio
    

Subiu para 22 o número de mortos na operação contra o tráfico de drogas na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, desencadeada pela PRF, PF e Bope. A ação acontece desde as primeiras horas desta terça-feira (24) e, entre as vítimas, está uma cabeleireira identificada como Gabrielle Ferreira que não era alvo da polícia, e foi atingida por uma bala perdida perto de casa

Segundo a polícia, 12 mortos eram suspeitos e mais sete ficaram feridos, entre eles, um perito da Polícia Civil ferido por estilhaços. As informações foram confirmadas na tarde desta terça-feira (24) pela direção do hospital Getúlio Vargas, na Penha, no entanto, ainda não há identificação. Os feridos estão sendo atendidos na unidade. 

Segundo a polícia, 12 mortos eram suspeitos e mais sete ficaram feridos
  

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A operação acontece em conjunto com o Bope, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal e tinha caráter emergencial de acordo com a Polícia Militar. Segundo o porta-voz da corporação, o tenente coronel Ivan Blaz, a região é responsável por mais de 80% dos confrontos armados no estado. 

Segundo a direção da unidade, já são 21 mortos
Segundo a direção da unidade, já são 21 mortos |  Foto: Marcelo Eugênio
  

O clima segue tenso na região da comunidade da Penha. Próximo à unidade para aonde os corpos estão sendo levados, foi possível ouvir tiros em alguns momentos.

Moradores também chegaram a fechar a rua que dá acesso ao hospital em forma de protesto. Até às 17h, a operação ainda não havia sido encerrada.  Vítimas chegaram a ser entregues na unidade através dos próprios moradores. Após o protesto, viaturas policiais foram deslocadas para a unidade. 

Investigação

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, instaurou, nesta terça-feira (24), um Procedimento Investigatório Criminal para apurar as circunstâncias das 22 mortes ocorridas durante operação policial realizada no Complexo da Penha, na madrugada desta terça-feira.

O PIC determina que o comando do Bope envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais. Quanto aos agentes federais envolvidos na ação, foi expedido ofício ao Ministério Público Federal (MPF) para ciência dos fatos e a adoção das medidas cabíveis.

Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil que sejam enviadas informações sobre os inquéritos policiais instaurados para apurar os fatos. A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios, recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive comparando com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas.

A operação com 22 mortes até o momento acontece pouco mais de um ano depois da ação na comunidade do Jacarezinho, também na Zona Norte da cidade, que deixou 28 mortes durante uma ação da Polícia Civil. Segundo a polícia, um policial foi morto e 27 eram suspeitos de integrarem o tráfico de drogas da região. 

Colaborou Saulo Junior

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