Blasfêmia
Profeta Santini: igreja do 'pastor do PIX', em São Gonçalo, está fechada
Vizinhos não sabem qual o futuro do local e descrevem o acusado

Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como “Profeta Santini”, alvo da Operação Blasfêmia, nesta quarta-feira (24), não tinha proximidade com a vizinhança em São Gonçalo. A informação foi confirmada por comerciantes que trabalham na mesma rua da Casa dos Milagres, igreja fundada por ele há três anos, na Avenida Bispo Dom José da Mata, em frente ao viaduto do Laranjal.
“Ele passava aqui e não falava com ninguém. Parava o carro aqui na frente e seguia andando lá pra dentro da igreja. A gente nem tinha como ter amizade com ele, pois ele não falava com a gente. Só falava se a gente falasse primeiro com ele”, contou um comerciante da região.
A igreja promove cultos às terças, quintas e domingos, mas ainda não se sabe se as reuniões continuarão após a Operação Blasfêmia.
“Hoje é dia de culto aqui de tarde, às 15h, agora é saber se terá”, disse o comerciante.
Segundo a Polícia Civil, o "líder religioso” irá usar tornozeleira eletrônica e passará a ser monitorado pelo equipamento. Ele terá hora para ficar fora de casa e não pode sair do país.
Na manhã desta quinta-feira (25), a reportagem do ENFOCO encontrou a igreja fechada. Na entrada lateral, foi possível ver um carrinho de obras e uma colher de pedreiro. Segundo informações, a parede do portão passou por reparos após ter sido arrombada pelos policiais civis que participaram da operação.
A ação foi conduzida pela 76ª DP (Niterói), em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), para desarticular um esquema de estelionato religioso. Além do pastor, mais de 50 pessoas estão sendo investigadas.
De acordo com as investigações, o grupo usava uma estrutura de telemarketing em Niterói e São Gonçalo para simular atendimentos religiosos e cobrar por promessas de curas e milagres.

Santini, que soma mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais, fazia o chamado “golpe da prosperidade”, afirmando que a falta de dinheiro dos fiéis era causada pelo “inimigo” ou pelo “devorador”. Em vídeos, ele prometia que uma oração poderia reverter a situação e trazer abundância financeira. Para isso, cobrava pagamentos por Pix. Por este motivo, também ficou conhecido como Pastor do Pix.
Os valores arrecadados dos fiéis eram depositados em contas de terceiros. Após a operação, Santini disse que estava sendo vítima de uma 'perseguição'.


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