Triste
Viúva mostra última conversa com PM morto em operação no Rio
Esposa de policial civil também homenageou o marido nas redes

A dor da perda de dois policiais mortos na megaoperação deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão tomou conta das redes sociais nesta quarta-feira (29). Viúvas de agentes que participaram da ação prestaram homenagens e desabafaram sobre as últimas conversas e lembranças que ficaram após os confrontos que resultaram em dezenas de mortes e feridos.
Entre os quatro policiais mortos na "Operação Contenção" está o sargento do Bope Heber Carvalho da Fonseca, de 39 anos, atingido durante o confronto na Penha. Antes de ser baleado, ele trocou mensagens com a esposa, Jéssica Araújo, que publicou o diálogo em suas redes sociais.
"Continua orando", respondeu o policial, após a mulher perguntar se ele estava bem. Logo depois, Heber não enviou mais mensagens. “E você não falou mais”, escreveu Jéssica, ao compartilhar o print da conversa.
A viúva contou ainda que o marido costumava dizer que tinha “uma senha nas mãos” a cada vez que perdia um colega de farda. “Ele dizia que, quando acontecesse com ele, seria fazendo o que mais amava”, escreveu.
Especialista em tiros de precisão, Heber estava na corporação desde 2011 e atuava como terceiro sargento do Bope. Ele deixa a esposa, dois filhos e um enteado. O horário e o local do enterro ainda não foram divulgados.
Outros dois agentes mortos na operação, o comissário Marcus Vinícius Cardoso e o inspetor Rodrigo Velloso, foram sepultados nesta quarta-feira (29), na Ilha do Governador e em Cordovil, respectivamente.
Em nota, a Polícia Militar lamentou a morte do sargento Fonseca. “Ele dedicou sua vida ao cumprimento do dever e deixa um legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão policial militar. Sua ausência será sentida por todos que tiveram a honra de conhecê-lo”.
Despedida e homenagem ao policial civil Rodrigo Cabral
Outra viúva que se manifestou foi a de Rodrigo Cabral, policial civil lotado na 39ª DP (Pavuna), também morto na operação. Em uma publicação acompanhada de uma foto com o marido e a filha, ela relembrou os 17 anos de relacionamento.
“Hoje, a dor da sua ausência é imensurável e nos rasga a alma. Preciso encontrar forças para te dizer adeus e honrar a memória de quem você foi: um herói em sua profissão e um gigante em nossas vidas”, escreveu.
Em outro trecho, a viúva destacou o papel de Rodrigo como pai e companheiro. “Você foi o melhor pai que nossa filha poderia ter. O pai carinhoso, presente, que brincava com a energia de uma criança e que a olhava com orgulho. Ela era o seu mundo”.
O agente havia ingressado recentemente na Polícia Civil e era torcedor do Botafogo. Costumava compartilhar fotos com a família e registros em jogos do time no estádio Nilton Santos.
'Operação foi um sucesso', diz governador
Apesar das quatro mortes de agentes, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como “um sucesso”. Em entrevista coletiva nesta quarta, Castro afirmou que as mortes dos policiais foram “os únicos fatos a se lamentar” e disse que as famílias das vítimas serão “amparadas e protegidas pelo Estado”.
Segundo o governador, a ação atingiu seu objetivo ao conter o avanço do tráfico e prender lideranças criminosas. O número oficial de mortos, inicialmente informado como 64, foi revisado para 58, embora relatos de moradores e contagens independentes apontem um total maior.
“A gente precisa valorizar a nobre ação dos agentes que deram suas vidas pela segurança do Rio”, declarou o governador.
 
 
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