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'Botão do pânico' será criado para prevenir feminicídios no Rio
Casos de violência contra mulher marcaram os últimos dias no Rio
Depois de, ao menos, três casos de mulheres assassinadas nesta semana, o governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou 10 novas medidas de combate e prevenção contra o feminicídio, entre elas a criação de um 'botão de pânico' que poderá ser acionado pelas vítimas diretamente no aplicativo da Polícia Militar. O anúncio foi feito no Palácio da Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio nesta quinta-feira (28).
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Como forma de resposta à trágica semana, a tenente-coronel da Patrulha Maria da Penha, Cláudia Moraes, informou que haverá mudanças significativas no aplicativo da Polícia Militar, que serão voltadas para o atendimento à mulheres em situação de violência doméstica.
"A violência contra a mulher é o principal motivo de acionamento emergencial da PM. Por isso, iremos lançar uma botão do pânico para as vítimas de violência em nosso aplicativo. Os PMs poderão se deslocar diretamente para o endereço onde está a vítima", esclareceu.
Cláudia Moraes também explicou o motivo de haver necessidade de ser criado um botão do pânico mesmo havendo o número emergencial da PM (190) e o núcleo de atendimento à mulher (180).
Muitas vezes o telefone da vítima é alvo do agressor. Muitas vezes eles observam o aparelho e possíveis tentativas de contato. O botão permitirá um acionamento discreto
O atendimento dos profissionais em delegacias em casos de violência contra a mulher também foi discutido. A delegada Gabriela Von Beauvais, que é diretora geral do departamento de proteção e atendimento à mulher (DGPAM), explicou que a Polícia Civil também implementou mudanças para melhorar o acolhimento das vítimas.
Estamos capacitando os profissionais e criando núcleos de atendimento feminino dentro das delegacias
A delegada também garantiu que o órgão está investindo em um centro de estudos e pesquisas relacionado à violência contra a mulher, além de núcleos de feminicídios em delegacias de homicídios.
É o estado do Rio de Janeiro garantindo que não aceita o crime de violência contra a mulher no Rio de Janeiro. Tolerância zero
A delegada também ressaltou que foram registrados 55 crimes de feminicídio no estado do Rio de Janeiro no primeiro semestre de 2022
Ela também destacou que em apenas 18% dos casos havia registro anterior contra o agressor. Por isso, ela pede que qualquer vítima deste tipo de violência faça o registro. O governador Cláudio Castro não esteve no local.
Marcaram a semana
Ysabelli de Souza, de apenas 18 anos, foi encontrada morta e sem roupas na estrada dos Cajueiros, em Maricá, nesta terça-feira (26). Ele ficou desaparecida por uma semana.
Durante o enterro de Ysabelli, sua mãe, Lucimara Dias, informou que foi em uma delegacia logo que sua filha parou de responder às suas mensagens. Ela ainda pediu uma resposta das autoridades sobre o ocorrido.
Mulheres da cidade também se uniram nesta quinta-feira (28), pedindo justiça sobre o caso.
Já Sarah Jersey Nazareth, de 24 anos, foi morta na terça-feira dentro de um apartamento em Santa Teresa, na Zona Central do Rio. Seu ex-companheiro é o principal suspeito do crime e foi preso por agentes do Projeto Segurança Presente.
Letícia Dias Santana, de 27 anos, foi morta também na terça-feira, dentro da Associação de Moradores de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói. Assim como no caso de Sarah, o principal suspeito é seu ex-companheiro. De acordo com testemunhas, o crime aconteceu enquanto o homem cuidava dos filhos do casal.
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